segunda-feira, 31 de maio de 2010

Buião

Ponta-direita veloz e habilidoso, daqueles que driblavam os laterais adversários facilmente e colocavam os companheiros de ataque na cara do gol, João Bosco dos Santos, o Buião, ídolo atleticano na década de 60, se realizou, fora do futebol, numa atividade em que velocidade não é necessariamente sinônimo de qualidade.
O ex-jogador, hoje com 55 anos, é proprietário de uma frota de 32 ônibus, que compõem a Viação Buião. A empresa é concessionária do transporte coletivo na cidade de Vespasiano, a 30 quilômetros de Belo Horizonte.
O ex-atacante montou seu negócio com o dinheira que ganhou nos 18 anos em que foi profissional do futebol, numa época, como faz questão de dizer, em que o rendimento dos principais atletas não era tão grande quanto é hoje.
"Ganhei dinheiro quando fui transferido para São Paulo, por que o futebol mineiro, na época, não pagava muito", conta Buião, referindo-se à negociação de seu passe pelo Atlético-MG para o Corinthians, em 1968. "Foi a maior transação do futebol brasileiro naquele ano", cita o ex-ponta, sem lembrar valores.
O que ele não esquece é que teve direito a 15% e luvas, pagos pelo Timão, dinheiro que permitiu comprar umas Kombis e colocar seu pai, José Sérvulo, o Barão, para atuar no ramo de transporte escolar. Nascia ali a Viação Buião.
Quando encerrou sua carreira, em 1982, no extinto Colorado, do Paraná, Buião voltou a morar em Vespasiano, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, passando a se dedicar integralmente à sua empresa.
E sua dedicação não se limitou aos investimentos. Teve muito suor, trabalho e preocupação. Até de motorista ele trabalhou. "Para economizar, eu mesmo fazia algumas linhas", conta Buião, que sempre teve o apoio de sua família no empreendimento.
Primeiro foi o pai, depois os irmãos - oito dos 14 que são vivos trabalham com ele até hoje. A esposa, a paranaense Maria Aparecida Barros dos Santos, com quem se casou em 1974, trabalhava de trocadora, no ônibus em que ele dirigia. Formada em engenharia química, ela largara um bom emprego público no Paraná para acompanhar o marido em sua nova carreira.
Falecida há dois anos, ela e Buião tiveram três filhos: João Bosco Júnior, 25 anos, Juliano, 19, e Geovanni, 16. Nenhum deles se interessou em jogar futebol e só o caçula quis estudar. Os dois mais velhos trabalham com o pai na "garagem do Buião", como a empresa é conhecida em Vespasiano.
Se não ficou milionário como os grandes craques de hoje, Buião não tem do que reclamar. Leva uma vida tranqüila e se orgulha de gerar 72 empregos. "Já cheguei a ter mais de 80 funcionários, mas tive de reduzir por causa da concorrência dos perueiros", revela.
Nas horas vagas, Buião se divide entre acompanhar os treinamentos do Atlético Mineiro, no CT do Galo, localizado em Vespasiano, e presidir o Valença, principal clube amador da sua cidade. Como consegue manter o físico da época de atleta, ainda arrisca suas peladas aos sábados e domingos.
Buião, apelido que o acompanha desde criança quando era gordinho e que é uma derivação de bujão de gás, praticamente nasceu ponta-direita. Com sete anos já jogava na posição e aos 10 defendia o Vespasiano. Aos 16 disputava a Segunda Divisão do Campeonato Mineiro pelo Independente, da sua cidade.
Pouco antes de completar 18 anos, em 1964, estreou no Atlético, enfrentando o Paraense, de Pará de Minas. Magrinho, veloz e esperto, Buião fez o gol da vitória, caiu nas graças da torcida e assinou contrato por dois anos no dia seguinte.
Em 1968, ele despertou o interesse de times paulistas e cariocas e foi vendido para o Corinthians, que venceu uma disputa com o Flamengo. A sua estréia no Timão não poderia ter sido melhor. Tinha 11 anos que o Timão não vencia o Santos, o que aconteceu no dia 3 de março, por 2 x 0, gols de Paulo Borges e Rivelino. "Não fiz gol, mas joguei muito bem", conta.
Se dava sorte nas estréias, o mesmo não acontecia nas decisões. "Era o maior pé frio", brinca Buião, que só conseguiu ser campeão uma vez em sua carreira. Pelo Colorado, em 1980. Mesmo assim, o título foi dividido com o Cascavel.
Tanto no Galo quando no Timão, Buião foi substituído pelo mesmo jogador: Vagno José de Freitas, o Vaguinho. "Ele chegava, eu saía", diverte-se. Do Corinthians ele foi para o Flamengo, emprestado por um ano.
Terminado o empréstimo, voltou ao Timão, mas não ficou. Foi emprestado ao Atlético Paranaense, iniciando uma permanência de 10 anos no Paraná, com ligeiras interrupções, quando jogou no Grêmio-RS, Rio Negro de Manaus e Sampaio Corrêa do Maranhão.
Nos clubes por onde andou, Buião era, invariavelmente, comparado a Garrincha. Só que, ao contrário do craque das pernas tortas, ele soube dirgir sua carreira até o ponto final. Como um bom motorista de ônibus.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Súmulas 1956

CATANDUVA (SP) 4 x 2 PALMEIRAS (SP)
Data: 29/01/1956
Amistoso Estadual
Local: Estádio Sílvio Salles / Catanduva
Renda: Cr$ 220.000
Árbitro: Serafim Bombicino
Gols: Juarez, Nenê, Duvílio, Tocafundo contra, Mazzola (2)
CATANDUVA: Babe, Jaime, Barros, Wílson, Cativeiro, Benitez, Bagunça, Juarez, Duvílio, Nenê, Alípio
PALMEIRAS: Fábio (Luiz Carlos), Manuelito, Valdir (Mário), Nicolau, Tocafundo, Dema, Renatinho, Fernando (Wílson / Mazzola), Ney, Ivan, Jarico

SANTOS (SP) 6 X 4 SÃO PAULO (SP)
Data: 07/03/1956
Amistoso Estadual
Local: Santos
Árbitro: Antonio Musitano
Gols: Alfredinho (2), Vasconcelos (2), Del Vecchio e Zito; Maurinho (3) e Gino
SANTOS: Manga, Hélvio e Cássio (Ivan), Ramiro, Feijó e Zito (Urubatão), Alfredinho, Tite, Álvaro (Negri), Del Vecchio, Vasconcelos (Pagão) e Pepe
SÃO PAULO: Poy, De Sordi e Mauro (Turcão), Bauer, Vitor e Alfredo, Maurinho, Lanzoninho (Sarcinelli), Gino, Dino e Canhoteiro

FLUMINENSE (RJ) 2 X 1 VITÓRIA (BA)
Data: 29/03/1956
Amistoso Interestadual
Local: Salvador
Árbitro: José Peixoto Nova
Renda: Cr$ 189.921,00
Gols: Valdo e Quincas; .......
FLUMINENSE: Jairo, Cacá e Pinheiro, Batatais, Clóvis e Bassu, Paulinho, Telê, Valdo, Jair e Quincas
VITÓRIA: Nadinho, Agnaldo e Valdir, Pinguela, Eloi e Djalma, Zingoni, Alencar, Alaor, Vermelho e Joãozinho

BONSUCESSO (RJ) 1 X 1 SELEÇÃO COSTA RICA
Data: 05/04/1956
Amistoso Internacional
Local: San José
Gols: Milton, Rubem
BONSUCESSO: Humberto, Mauro, Gonçalo, Décio, Pacheco e Paulo, Milton, Valdemar, Valter Prado, Vadinho e Nilo
SELEÇÃO COSTA RICA: Alvarado, Solis e Cattot, Alex, Marvin e Quesada, Herrera, Murilo, Danilo, Egoni e Rubem

BRASIL 1 X 0 PORTUGAL
Data: 08/04/1956
Amistoso Internacional
Local: Lisboa
Gol: Gino
Árbitro: Leaf
BRASIL: Gilmar, Djalma Santos, De Sordi (Pavão) e Nilton Santos, Zózimo e Roberto, Sabará, Valter, Gino, Didi e Canhoteiro ( Escurinho)
PORTUGAL: Carlos Gomes, Virgílio, Passos (Artur) e Ângelo), Pedroto e Juca, Dimas, Vasques, Águas, Matateu (Caiado) e Travassos

AMÉRICA (RJ) 3 X 3 SANTA CRUZ (PE)
Data: 08/04/1956
Amistoso Interestadual
Local: Recife
Árbitro: Vicente Lobão
Renda: Cr$ 348.810,00
Gols: Ramos (3), Vassil (2) e Hélio contra
AMÉRICA: Pompéia (Ochoa), Rubens e Edson (Osmar), Ivan, (Agnelo), Osvaldinho (Oto) e Hélio (Maneco), Canário (Olício), Romeiro , Ceninho (Leônidas), David (Ramos) e Ferreira
SANTA CRUZ: Lessa, Palito e Lucas, Zequinha, Aldemar e Edinho, J.Castro, Vassil, Otávio, Amauri (Rubinho (Mituca)) e Zeca

quarta-feira, 26 de maio de 2010

C.R.Vasco da Gama

Em pé: Barbosa, Laerte, Augusto, Danilo Alvim. Jorge e Ely do Amparo
Agachados: Alfredo II, Ipojucan, Ademir Menezes, Maneca e Djair.
Apelido: Vasco da Gama
Nome Real: Club de Regatas Vasco da Gama
Fundação: 21/8/1898
Endereço: Rua General Almério de Moura 131 / Vasco da Gama
CEP:20921-060 - Rio de Janeiro/RJ
Telefone: (21) 580-7373
Estádio: São Januário (35.000)
Uniforme: Preta com listra diagonal branca e Cruz de Malta no peito

Principais Títulos
Campeonato Sul-americano: 1948
Copa Libertadores: 1998
Copa Mercosul: 2000
Campeonato Brasileiro: 1974, 1989, 1997, 2000
Campeonato Brasileiro 2ª Divisão: 2009
Torneio Rio-São Paulo: 1958, 1966, 1999
Campeonato carioca: 1923, 1924, 1929, 1934, 1936, 1945, 1947, 1949, 1950, 1952, 1956, 1958, 1970, 1977, 1982, 1987, 1988, 1992, 1993, 1994, 1998, 2003
Torneio Rivadávia Correia Meyer
Torneio Ramon de Carranza: 1987 , 1988, 1989
Torneio Tereza Herrera: 1957
Torneio de Paris: 1957

VASCO DA GAMA (RJ) 3 X 1 FLUMINENSE (RJ)
Data: 28/12/1949
Torneio Rio-São Paulo
Local: Estádio São Januário / Rio de Janeiro
Renda: 172.817,00
Público: 11.751
Árbitro: Alberto da Gama Malcher
Gols: Ademir (2) e Ipojucan; Silas
VASCO DA GAMA: Barbosa; Augusto e Wilson (Jorge); Eli, Danilo e Alfredo; Nestor (Lima), Maneca, Ipojucan, Ademir e Mario
FLUMINENSE: Castilho; Píndaro e Pinheiro; Índio, Pé de Valsa e Flávio; Santo Cristo, Carlyle, Silas, Didi e Rodrigues / Técnico: Ondino Vieira

VASCO DA GAMA (RJ) 5 X 2 PORTUGUESA DE DESPORTOS (SP)
Data: 04/01/1950
Torneio Rio-São Paulo
Local: Estádio São Januário / Rio de Janeiro
Renda: 254.910,00
Árbitro: Mario Vianna
Gols: Tesourinha, Ipojucan, Lima, Ademir penalti e Nestor; Djalma Santos penalti e Pinga
VASCO DA GAMA: Barbosa; Augusto e Jorge; Eli, Danilo e Alfredo; Tesourinha, Maneca (Nestor), Ipojucan (Lima), Ademir e Mario (Chico)
PORTUGUESA DE DESPORTOS: Caxambu; Idiarte (Luisinho) e Nino; Djalma Santos, Brandãozinho e Helio (Zinho); Valter, Renato (Pinga II), Nininho, Pinga e Simão

VASCO DA GAMA (RJ) 1 X 1 FLAMENGO (RJ)
Data: 14/01/1950
Torneio Rio-São Paulo
Local: Estádio São Januário / Rio de Janeiro
Renda: 372.858,00
Árbitro: Mario Vianna
Gols: Maneca37/2º; Cidinho 01/1º
VASCO DA GAMA: Barbosa; Augusto e Jorge; Eli, Danilo e Alfredo; Tesourinha, Maneca, Ipojucan, Ademir e Mario
FLAMENGO: Garcia; Juvenal e Bigode; Biguá , Valter e Beto; Cidinho, Zizinho, Gringo, Lero (Bodinho) e Esquerdinha (Durval) / Técnico: Gentil Cardoso

CORINTHIANS (SP) 2 x 1 VASCO DA GAMA (RJ)
Data: 22/01/1950
Torneio Rio-São Paulo
Local: Estádio do Pacaembu / São Paulo
Renda: 877.405,00
Gols: Claudio penalti 11 e Baltazar 23/2º; Tesourinha 13/1º
CORINTHIANS: Bino; Nilton e Belfare; Idário, Touguinha e Helio (Roberto Belangero); Cláudio, Luisinho, Baltazar, Nelsinho e Noronha / Técnico: Manoel dos Santos e Christino Calaf
VASCO DA GAMA: Barbosa; Augusto e Jorge; Eli, Danilo e Alfredo; Tesourinha, Manecoa, Ipojucan (Lima), Ademir (Álvaro) e Chico (Mario) / Técnico: Flávio Costa

SÃO PAULO (SP) 2 X 2 VASCO DA GAMA (RJ)
Data: 29/01/1950
Torneio Rio-São Paulo
Local: Estádio do Pacaembu / São Paulo
Renda: Cr$ 458.830,00
Árbitro: João Cambeta
Gols: Leopoldo e Teixeirinha; Ademir (2)
SÃO PAULO: Mario; Savério e Mauro; Bauer, Rui e Jacó; Friaça, Luizinho (Ponce de León), Augusto, Leopoldo e Teixeirinha.
VASCO DA GAMA: Barbosa; Augusto e Jorge; Eli, Danilo (Lola) e Alfredo; Tesourinha (Norton), Maneca (Alvaro), Ipojucan, Ademir e Mario / Técnico: Flávio Costa

VASCO DA GAMA (RJ) 3 X 2 BOTAFOGO (RJ)
Data: 05/02/1950
Torneio Rio-São Paulo
Local: Estádio São Januário / Rio de Janeiro
Renda: Cr$ 117.769,00
Gols: Ipojucan 14, Zezinho 28, Hamilton 39, Chico 51 e Maneco 71
Expulsão: Ademir
VASCO DA GAMA: Barbosa; Augusto e Wilson; Eli, Danilo e Alfredo; Tesourinha, Maneca (Alvaro), Ipojucan, Ademir (Lima) e Mario (Chico).
BOTAFOGO: Osvaldo; Marinho e Santos; Rubinho, Ávila e Juvenal; Paraguaio (Hamilton, Bahiano), Geninho, Zezinho, Otávio (Souza) e Jaime.

VASCO DA GAMA (RJ) 3 X 2 PALMEIRAS (SP)
Data: 12/02/1950
Torneio Rio-São Paulo
Local: Estádio São Januário / Rio de Janeiro
Renda: 138.640,00
Árbitro: Alberto da Gama Malcher
Gols: Maneca 06 e Ademir 09 penalti/1º e 38/2º; Aquiles 02 e Lima 42/1º
VASCO DA GAMA: Barbosa; Augusto (Nestor) e Wilson; Eli, Danilo (Lola) e Alfredo; Tesourinha, Maneca, Ipojucan (Lima), Ademir e Chico
PALMEIRAS: Oberdan; Salvador e Turcão; Manoelito, Túlio e Sarno; Lima, Aquiles, Ieso, Jair Rosa Pinto e Canhotinho / Técnico: Ventura Cambon

sábado, 22 de maio de 2010

Artilharia da Copa do Mundo de 2002

Olá, pessoal!!!

Chegamos agora a penúltima Copa de nossa série, que foi realizada em 2002, no Japão e na Coréia do Sul.

Parafraseando novamente o presidente Lula, nunca na história das Copas do Mundo a zebra passeou tanto como nessa. Passeou é modo de dizer, simplesmente esse simpático animal desfilou pelos gramados japoneses e sul-coreanos mostrando a sua incrível variedade de "espécies" que habitam o planeta Terra.

Primeiro, temos a zebra americana representada pelos Estados Unidos. Essa zebra simplesmente derrubou dois considerados favoritos e queridinhos na Copa, Portugal e o rival México. Bem que tentou derrubar os alemães mas havia um Kahn no meio do caminho que os fez voltar pra casa. Mesmo assim, garantiram um feito nada desprezível: foi a melhor campanha de uma seleção que tinha sido lanterna na Copa anterior. Ultimo em 1998 e entre os oito melhores em 2002. Foi um prêmio merecido pra um país que se reerguia lentamente do maior atentado terrorista da História que causou centenas de vítimas e devastou um dos símbolos do poder econômico norte-americano, o World Trade Center. Guardadas as devidas proporções, poderia chamar essa campanha norte-americana na Copa de 2002 como "O Milagre Coreano", certamente daria um belo filme...

Depois, temos a zebra européia representada pela Turquia. Essa "versão européia" da zebra também fez suas vítimas no caminho. Uma dessas vítimas, o Japão, teve sua morte pranteada por seus adeptos e a outra, a Coréia do Sul, foi a vítima do goleador mais rápido do Oeste, ops, da História das Copas do Mundo, o descalibrado Sukur. Descalibrado sim. Tudo o que ele não fez em 540 minutos fez em apenas 11 segundos em uma roubada de bola e uma finalização perfeita. Mesmo assim, terminou em um surpreendente terceiro lugar. Mereceu todas as festas possíveis...

Agora, a zebra asiática representada pela própria Coréia do Sul e seus incríveis torcedores que "doparam" sua seleção de garra, raça e vontade de vencer. Até pouco tempo antes da Copa, aquele que acreditasse que a Coréia do Sul passaria pra Segunda Fase seria internado num manicômio por insanidade. Não só passou como ficou em um honradíssimo quarto lugar, fazendo vítimas importantes como os italianos e os espanhóis que reclamaram dos árbitros e fizeram chororô na Copa. O Guus Hiddink ganhou cerveja de graça pro resto da vida e a Coréia do Sul ganhou respeito do mundo pro resto da vida....

E por último, a zebra africana, representada pelo Senegal. Essa "versão africana" da zebra simplesmente atropelou dois campeões do mundo (França e Uruguai, se bem que esse último foi um meio-atropelo, digamos assim já que terminou empatado aquele jogo) e um vice-campeão do mundo (Suécia) antes de ser vítima da zebra européia turca. Tinha jogadores como Papa Bouba Diop, o bom goleiro Sylva e o driblador El Hadji Diouf, que certamente cansou de deixar adversários sentados no chão nessa Copa.

Ah, e uma menção honrosa para duas zebras mais experientes que jamais se enfrentaram e fizeram uma das mais improváveis finais de Copa da história, o Brasil e a Alemanha. (Cá pra nós, alguem acreditava em Brasil x Alemanha na final da Copa?)

Sim, essas duas seleções embora tradicionais e campeãs, foram consideradas zebras pelo péssimo retrospecto de ambos antes da Copa. O Brasil apanhou de meio mundo nas Eliminatórias, teve a proeza de perder para Honduras na Copa América, teve quatro técnicos seguidos, passou um sufoco pra ir a Copa e saiu do país com uma saraivada de críticas. A Alemanha teve o mesmo roteiro na Europa com uma pitada de crueldade dos ingleses, que o golearam por 5 x 1 em plena Berlim e tiveram que enfrentar uma dura repescagem para conseguir a vaga. Ambos pegaram bons grupos na primeira fase, ambos levaram sufoco da lingua inglesa nas quartas-de-final (Inglaterra e Estados Unidos) e ambos mostraram a autoridade contra "seus pupilos listrados" nas semifinais.
E ambos tinham ótimos goleadores: O Brasil, com a dupla dinâmica Ronaldo e Rivaldo e a Alemanha do "matador" Klose, que tinha uma arma mortal e eficiente para fazer gols, a sua incrível cabeça.

Em outras palavras, era a final apropriada para essa "Copa da Zebra".

Aqui nesse espaço não haverá as decepções costumeiras, mas as principais vítimas desses "simpáticos animais multi-coloridos". Três dessas vítimas foram prematuramente pra casa, Argentina, França e Portugal. Cada um por um motivo diferente.

A Argentina foi pra casa vitimada pelo pecado da soberba. Achou que o grupo estava no papo e que poderia vencer quando quisesse. Mas para seu azar encontrou um Beckham sedento de vingança pela desgraça ocorrida com ele em 1998 e uma Inglaterra com muita vontade de acabar com a empáfia dos hermanos. Os ingleses venceram, o Beckham teve a sua vingança marcando o gol da vitória e os argentinos mostraram outro pecado capital contra a Suécia, a ira representada por um Caniggia aos berros mandando o juíz praquele lugar onde o sol não bate e conseguindo a façanha de ser expulso sem entrar em campo. Pelo menos não precisou tomar banho...

A França, por sua vez, foi vitimada pela sua incrível falta de pontaria. Só pra ter uma idéia, os franceses conseguiram a proeza de carimbar a trave em todos os jogos da Copa, foram oito bolas na trave ao todo. Mas como diria o grande músico do Skank Samuel Rosa, bolas na trave não alteram o placar e com isso, foram pra casa com o pior retrospecto de um campeão que defendia o título na História das Copas onde levou biabada de todo mundo sem reagir, ou seja, sem uma vitória e sem um mísero golzinho. A França em 2002 pareceu aquele menino de colégio com o cartaz de "Me Chute" nas costas e seus coleguinhas claro, o chutaram sem dó...

E Portugal foi vítima de sua impaciência. Até que a equipe estava bem no grupo, levou três gols dos americanos, é verdade, mas fez quatro na Polônia e poderia conseguir a vitória tranquilamente sobre a Coréia do Sul. Poderia, se seus jogadores tivessem mais paciência para jogar bola ao invés de reclamar, de dar entradas violentas e de dar soco no estômago do árbitro como fez João Pinto após ser expulso. Os coreanos tiveram essa paciência toda pra vencer e mandaram os portugueses de volta pra Lisboa pra esfriarem a cabeça.

E uma menção honrosa pra Itália, que conseguiu uma façanha onde outros países tentaram e não conseguiram: perder para as duas Coréias. Mais do que isso, conseguiu a proeza de fazer esses países, que são inimigos ideológicos, compartilharem um feito em comum juntas comemorando com muita massa e muita pizza de calabresa...

E depois desse "verdadeiro Animal Planet" que foi essa Copa de 2002, vamos aos artilheiros:

Com 8 Gols: Ronaldo (Brasil)

Com 5 Gols: Klose (Alemanha); Rivaldo (Brasil)

Com 4 Gols: Tomasson (Dinamarca); Vieri (Itália)

Com 3 Gols: Ballack (Alemanha); Wilmots (Bélgica); Morientes e Raúl (Espanha); Robbie Keane (Irlanda); Pauleta (Portugal); Papa Bouba Diop (Senegal); Larsson (Suécia); Mansiz (Turquia)

Com 2 Gols: Ronaldinho (Brasil); Ahn Jung-Hwan (Coréia do Sul); Ronald Gomez (Costa Rica); Hierro (Espanha); Donovan e McBride (Estados Unidos); Owen (Inglaterra); Inamoto (Japão); Borgetti (México); Cuevas (Paraguai); Henri Camara (Senegal); Davala e Sás (Turquia)

Com 1 Gol: Fortune, McCarthy, Nomwethe, Radebe e Teboho Mokoena (África do Sul); Bierhoff, Bode, Jancker, Linke, Neuville e Schneider (Alemanha); Batistuta e Crespo (Argentina); Sonck, Van Der Heyden e Walem (Bélgica); Edmílson, Júnior II e Roberto Carlos (Brasil); Eto´o e Mboma (Camarões); Hwang Sun-Hong, Lee Eul-Yong, Park Ji-Sung, Seol Ki-Hyeon, Song Chong-Guk e Yoo Sang-Chul (Coréia do Sul); Parks, Wanchope e Maurício Wright (Costa Rica); Olic e Rapaic (Croácia); Rommedahl (Dinamarca); Delgado e Mendez (Equador); Acimovic e Cimirotic (Eslovênia); Mendieta e Valerón (Espanha); Mathis e O´Brien (Estados Unidos); Beckham, Campbell, Ferdinand e Heskey (Inglaterra); Breen, Duff e Holland (Irlanda); Del Piero (Itália); Hidetoshi Nakata, Morishima e Suzuki (Japão); Blanco e Torrado (México); Aghahowa (Nigeria); Arce, Campos e Roque Santa Cruz (Paraguai); Kryszalowicz, Olisadebe e Zewlakow (Polônia); Beto e Rui Costa (Portugal); Beschastnyck, Karpin, Sychev e Titov (Rússia); Diao e Fadiga (Senegal); Alexandersson e Anders Svensson (Suécia); Bouzaiene (Tunísia); Emre, Korkilmaz e Sukur (Turquia); Darío Rodriguez, Forlan, Recoba e Richard Morales (Uruguai)

Gols Contra: Puyol (Espanha) a favor do Paraguai; Agoos (Estados Unidos) a favor de Portugal; Jorge Costa (Portugal) a favor dos Estados Unidos

Notas da Copa: Foram marcados 161 gols em 64 jogos, com média de 2,5 por partida. Média razoável pelas surpresas que teve...
A China, a Arábia Saudita e a França (ooohhh!!) não marcaram gols nessa Copa.
Nessa copa, Hakan Sukur anotou o gol mais rápido da História das Copas, com 11 segundos de jogo contra a Coréia do Sul. (Ver texto acima para mais detalhes desse gol)
No jogo Estados Unidos 3 x 2 Portugal houve dois registros importantes: o do gol 1800 da História das Copas do Mundo marcado pelo português Beto aproveitando uma rebatida errada de Mastroeni e chutando no canto e foi a única partida até hoje a ter dois gols contra em um mesmo jogo, marcados pelo zagueiro norte-americano Agoos e pelo português Jorge Costa (não confundir com o nosso companheiro e colega fundador do blog!!)
E o gol 1900 também chegou nessa Copa do Mundo marcado pelo italiano Christian Vieri contra a Coréia do Sul aproveitando um escanteio cobrado por Totti para marcar de cabeça.
Em relação aos hat-tricks foram dois os jogadores que chegaram a esse feito: o alemão Klose (três gols contra a Arábia Saudita) e o português Pauleta (três gols contra a Polônia), sendo o último jogador a chegar esse feito até o momento.

Bem, até a próxima e última, com a Copa de 2006, na Alemanha. A série está próxima do fim (pelo menos até 11 de Junho, eheheheh!!!)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Flamengo x Fluminense


FLUMINENSE (RJ) 1 X 4 FLAMENGO (RJ)
Data: 13/05/1916
Campeonato Carioca
Local: Rua Paysandu
Árbitro: A. Todd
Gols: Batista; Reid(2), Vidal contra e Riemer
FLUMINENSE: Moraes, Vidal, Chico Netto, Laís, Kentish, Nelson, Zezé, Couto, Celso, Batista, Ernâni / Técnico: Ground Commitee
FLAMENGO: Cazuza, Antonico, Nery, Milton, Sidney Pullen, Galo, Arnaldo, Gumercindo, Reid, Riemer e Paulo Buarque

FLUMINENSE (RJ) 3 X 1 FLAMENGO (RJ)
Data: 08/12/1916
Campeonato Carioca
Local: General Severiano
Árbitro: W. Todd
Gols: Chico Netto, Oswaldo Gomes, Zezé; Galvão Bueno
FLUMINENSE: Marcos, Vidal, Chico Netto, Laís, Oswaldo Gomes, Honório, Zezé, Ernâni, Raul, Celso, Couto / Técnico: Ground Commitee
FLAMENGO: Hydarnes, Antonico, Nery, Milton, Carlos Araujo, Galo, Galvão Bueno, Carregal, Reid, Riemer e Paulo Buarque

FLAMENGO (RJ) 1 x 2 FLUMINENSE (RJ)
Data: 07/06/1942
Local: Estádio de São Januário
Árbitro: José Ferreira Lemos
Gols: Vevé; Russo e Carreiro
FLAMENGO: Yustrich, Domingos e Newton; Biguá, Volante e Jaime; Valido, Zizinho, Pirillo, Perácio e Vevé
FLUMINENSE: Batatais, Norival e Renganeschi; Vicentini, Spinelli e Afonsinho; Maracaí, Pedro Nunes, Russo, Tim e Carreiro

FLAMENGO (RJ) 1 x 0 FLUMINENSE (RJ)
Data: 09/08/1942
Local: Estádio da Gávea
Árbitro: Mário Vianna
Gol: Perácio
FLAMENGO: Jurandir, Domingos e Newton; Biguá, Volante e Jaime; Valido, Zizinho, Perácio, Nandinho e Vevé
FLUMINENSE: Batatais, Norival e Renganeschi; Bioró, Spinelli e Afonsinho; Maracaí, Pedro Nunes, Russo, Magnones e Carreiro

FLUMINENSE (RJ) 1 x 1 FLAMENGO (RJ)
Data: 29/08/1948
Campeonato Carioca
Local: Estádio dasLaranjeiras
Árbitro: Frederick James Lowe
Renda: Cr$ 215.500,00
Gols: Maneco; Jaime.
FLUMINENSE: Castilho, Pé de Valsa e Hélvio; Índio, Mirim e Bigode; 109, Maneco, Simões, Orlando e Rodrigues.
FLAMENGO: Luís Borracha, Nilton e Norival; Vaguinho, Bria e Jaime; Gringo, Zizinho, Durval, Jair Rosa Pinto e Luisinho.

FLAMENGO (RJ) 2 x 0 FLUMINENSE (RJ)
Data: 23/08/1966
Campeonato Carioca
Local: Estádio do Maracanã / Rio de Janeiro
Renda: Cr$ 72.653.370
Público: 57.839
Árbitro: Aírton Vieira de Morais
Gols: Osvaldo II e Paulo Henrique
Expulsões: Denílson, Bauer 31', Almir 74'
FLAMENGO: Franz, Murilo, Jaime, Itamar e Paulo Henrique; Carlinhos e Nelsinho; Gildo, Almir, Silva e Osvaldo II / Técnico: Armando Renganeschi
FLUMINENSE: Jorge Vitório, Oliveira, Caxias, Altair e Bauer; Denilson e Jardel; Amoroso, Samarone, Américo e Lula.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Badeco

Badeco iniciou sua carreira no América, de Joinville (1965-1967). Depois defendeu o Corinthians (1967-1968), o América do Rio (1968-1973), em 1973 retornou a São Paulo para jogar Portuguesa de Desportos, onde permaneceu até 1978. Em seguida foi para o Comercial de Campo Grande e Juventude.
Um dos grandes ídolos da Lusa e capitão do time campeão Paulista em 1973, Badeco teve a carreira abreviada em razão de um "carrinho" dado pelo ex-jogador Paulo Roberto Falcão. "Eu jogava pelo Juventude, de Caxias do Sul, e estávamos enfrentando o Internacional, de Porto Alegre. Num lance enquanto protegia a bola o Falcão me deu um carrinho e rompi o tendão de Aquiles. Apesar da gravidade da contusão, não vi maldade no lance. Eu acredito que o meu tendão já estava com problemas pois alguns dias antes tinha feito duas infiltrações para aliviar as dores."
Badeco tem uma dívida de gratidão com o ex-jogador Marçal e o volante Dino Sani. "O Dino me orientou muito nos treinos, no Corinthians. Ele me posicionou. Dizia que assim não precisaria correr tanto. Falava da importância da preparação física e da maneira como deveria encarar a profissão. O Marçal cobrava o estudo. Na época, às vezes, ficava irritado com essas recomendações. Hoje dou muito valor aos dois".
Além dos clubes que defendeu, Badeco tem um carinho especial pelo Fluminense e pelo São Paulo. "O meu pai era jogador de futebol do América, de Joinville. Eu tinha uns quatro anos e o Fluminense do Rio foi na minha cidade enfrentar o América. Depois da partida o meu pai ofereceu um churrasco para a delegação do Fluminense. O Didi compareceu e me deu a sua camisa . Em 1957 ocorreu a mesma coisa. O São Paulo foi a Joinvile e depois do jogo o pessoal foi em casa e o Zizinho me presenteou com uma camisa", recorda Badeco. Quem se depara com aquele negro esguio, sempre elegante, 1m86 de altura, barba grande, fala mansa e português correto, nem de longe imagina as dificuldades que teve de superar para chegar até onde se encontra hoje.
Ivan Manuel de Oliveira, Badeco, hoje pode dizer que está com a vida estabilizada. Advogado formado pela Faculdade (hoje Universidade) de Guarulhos, Badeco prestou concurso para a Polícia Federal em 1982. Trabalhou no Serviço de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteira durante 18 anos.É casado com Odete Ramos de Oliveira e tem três filhos, Édson Roberto de Oliveira, Marcelo Fabiano de Oliveira e Elvis Ricardo de Oliveira.
Após abandonar a carreira em 1981 iniciou uma outra atividade ligada ao futebol, a de treinador. "Eu comecei a carreira de treinador nos juniores, aqui na Portuguesa em 1981. Fui auxiliar-técnico do Mário Travaglini aqui na Portuguesa. Depois me transferi para o Bragantino. Em 1982 comecei a atuar na Polícia Federal e me afastei do futebol. Em 1998 retornei para dirigir os juniores e aspirantes da Portuguesa. Em seguida trabalhei no Osasco, Maringá e no ano passado estava no Mauaense". Nesse período de sua vida, Badeco em 1990 concorreu a uma cadeira na Câmara Federal pelo PSDB. Após uma campanha de quatro meses obteve 9.890 votos.
Badeco presidiu uma cooperativa de ex-jogadores, que aguardam uma oportunidade para trabalhar em uma das Escolas de Futebol da Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo. O apelido Badedo deve-se ao nome do peixe Badejo. Em Joinville o seu pai começou a ser chamado de Badejo, depois passou para Badeco. Quando o volante da Lusa começou jogar, ainda em Santa Catarina, recebeu o apelido de Badequinho. Ao se transferir para o Corinthians, o técnico Zezé Moreira se aproximou dele e disse: "Um crioulo forte e alto como você não pode se chamar Badequinho. Daqui para a frente será Badeco." Quando era criança o São Paulo foi jogar em Santa Catarina. Após a partida Zizinho lhe deu uma camisa do Tricolor. Anos mais tarde Zizinho foi seu treinador no América do Rio de Janeiro.

Artilharia da Copa do Mundo de 1998

Olá, pessoal!!

Chegamos a nossa série sobre a Copa do Mundo na edição de 1998, realizada novamente na França.

Essa Copa teve um aumento significativo de seleções para 32, proporcionando mais jogos e resolvendo o problema dos terceiros lugares ao colocar dois grupos a mais e classificando somente os dois primeiros de cada grupo. E teve algumas surpresas tanto positivas como negativas nessa Copa.

Uma delas é a novata seleção da Croácia, que surgiu sem alarde, fez jogos muito bons (a Alemanha que o diga) e garantiu um honroso terceiro lugar nessa Copa revelando bons jogadores que sobreviveram a uma guerra terrível e traumática que separou o país da Iugoslávia.
Falando nisso, a Iugoslávia também conseguiu voltar a uma Copa e até fez bonito, chegando entre os 16 primeiros sendo somente eliminada pela Holanda com um chute lotérico de Davids no fim do jogo.

Outra surpresa positiva foi o Paraguai comandado por Paulo César Carpegianni e que tinha seu ponto forte na defesa comandada por Chilavert, Arce e Gamarra. (Esses dois últimos juntamente com o zagueiro Rivarola e o volante Enciso fizeram muito sucesso no futebol gaúcho e no futebol paulista, exceto Enciso no último caso). Foram para as oitavas-de-final e caíram somente na prorrogação para a França com o gol de ouro de Laurent Blanc. A defesa era tão boa que o Gamarra passou a Copa inteira sem fazer uma só falta em qualquer adversário, desarmando as jogadas sempre limpamente.

Quanto a França, chegou a essa Copa com muita desconfiança de todos os franceses, traumatizados ainda pela cruel eliminação sofrida pelos búlgaros nas Eliminatórias de 1994, provocada por um passe errado de Ginola. Mas soube utilizar muito bem o fator campo e torcida para conquistar o título e revelar uma nova geração de jogadores talentosos para o mundo como Henry, Petit, Didier Deschamps e principalmente, Zinedine Zidane, o astro-mor da equipe.
Não sem passar por sustos como a própria expulsão do meia contra a Arábia Saudita ao pisar em um adversário, o próprio Paraguai que assustava nos contra-ataques, os pênaltis contra a Itália, e o sufoco croata na semifinal. Na Final contra o Brasil, foi estranhamente tranquila a vitória sob um adversário apático e dormente em campo. Estranha não pela competência francesa, mas pela apatia brasileira.

Mas se enxergarmos isso com outro prisma, talvez o Brasil tenha chegado longe demais nessa Copa. Com um grupo desunido e uma defesa que batia cabeça a todo momento, o Brasil só chegou a final graças ao eficiente ataque comandado pelo jovem Ronaldo e pelo veterano Bebeto que não decepcionaram e marcaram seus golzinhos. Isso sem falar naquelas perguntas que até hoje não querem calar: O que aconteceu na véspera daquele jogo com o Ronaldo? Desmaio simples? Convulsões? Porque Edmundo não jogou? Porque mandaram um Ronaldo mais pálido que um cadáver a campo? Porque o Brasil não teve atitude para vencer? Porque a conformação com aquilo tudo? Talvez nós nunca saberemos.

Outra boa surpresa nessa Copa foi a Holanda, que fez um bom papel e terminou em quarto lugar com direito a eliminar a Argentina nas quartas-de-final e só parou nas mãos de Taffarel nos pênaltis contra o Brasil. Revelou bons jogadores como Kluivert, Cocu e o bom goleiro Van Der Sar e consagrou definitivamente Bergkamp como ídolo, bem como a seleção da Dinamarca que causou boa impressão na Copa e também caiu com dignidade contra o Brasil nas quartas-de-final.

As outras seleções não se destacaram tanto assim e até decepcionaram. A Argentina, apesar de ter Batistuta em ótima fase, não conseguiu ir longe devido a covardia defensiva do técnico Daniel Passarella e também com sua intransigência (e por quê não, preconceito!!!) com os jogadores cabeludos, excluindo dois belos jogadores que poderiam fazer a diferença por causa dessa besteira toda, que foram o volante Redondo e o atacante Caniggia. Mandou cortar os cabelos dos Sansões argentinos e estes perderam a força....
A Itália foi apenas discreta e só foi longe porque tinha um garoto com muita fome de gol chamado Christian Vieri e um Roberto Baggio em grande fase, apesar de ter sido reserva na Copa graças ao teimoso Cesare Maldini. Teimosia tem limite, né...
A Inglaterra teve muitos problemas na primeira fase e acabou por enfrentar a Argentina nas Oitavas-de-Final por causa disso. Naquela partida os ingleses estavam jogando bem, tinha marcado um golaço com o jovem Michael Owen e estavam com a classificação na mão até o Beckham fazer aquela asneira de chutar o Simeone na frente do juíz e ser expulso. Depois disso, os ingleses se perderam totalmente e acabaram indo pra casa nos pênaltis, com o meia inglês execrado pela torcida e pela mídia por essa burrice ao cubo que fez. Mas a vingança dele não tardaria a chegar....

Mas a maior de todas as decepções se chamava Espanha. Veio com a banca de uma das melhores do mundo e voltou pra casa com o rabinho entre as pernas, apesar dos 6 x 1 sobre a Bulgária. Foram perder onde não podiam que era contra a Nigéria e se deram mal. E nota-se que eles tinham uma boa seleção com Hierro, Luis Enrique e os jovens Raul e Morientes, pois é!!! A bola recompensa os craques e os esforçados e pune os arrogantes que entram de salto-alto em campo....

E menção honrosa também aos romenos que tinham feito uma ótima primeira fase até inventarem de pintar seus cabelos de amarelo. Parece que tinham previsto a sua "amarelada" nas oitavas-de-final diante dos croatas...

Bem, depois dessas pinceladas sobre essa Copa, vamos aos artilheiros:

Com 6 Gols: Suker (Croácia)

Com 5 Gols: Batistuta (Argentina); Vieri (Itália)

Com 4 Gols: Ronaldo (Brasil); Marcelo Salas (Chile); Luís Hernandez (México)

Com 3 Gols: Bierhoff e Klinsmann (Alemanha); Bebeto, César Sampaio e Rivaldo (Brasil); Henry (França); Bergkamp (Holanda)

Com 2 Gols: Bartlett (África do Sul); Ortega (Argentina); Wilmots (Bélgica); Prosinecki (Croácia); Brian Laudrup (Dinamarca); Hierro, Kiko e Morientes (Espanha); Petit, Thuram e Zidane (França); Cocu, Kluivert e Ronald de Boer (Holanda); Owen e Shearer (Inglaterra); Roberto Baggio (Itália); Komjlenovic (Iugoslávia); Theodore Whitmore (Jamaica); Bassir e Hadda (Marrocos); Peláez (México); Moldovan (Romênia)

Com 1 Gol: McCarthy (África do Sul); Moller (Alemanha); Al-Jaber e Al-Thunayan (Arábia Saudita); Cláudio López, Javier Zanetti e Pineda (Argentina); Herzog, Polster e Vastic (Áustria); Nilis (Bélgica); Kostadinov (Bulgária); Mboma e Njanka (Camarões); Sierra (Chile); Preciado (Colômbia); Seok Ju-Ha e Yoo Sang-Chul (Coréia do Sul); Jarni, Stanic e Vlaovic (Croácia); Helveg, Jorgensen, Michael Laudrup, Peter Moller, Nielsen, Rieper e Sand (Dinamarca); Burley e Collins (Escócia); Luis Enrique e Raúl (Espanha); McBride (Estados Unidos); Blanc, Djorkaeff, Dugarry, Lizarazu e Trezeguet (França); Davids, Overmars, Van Hooidjonk e Zenden (Holanda); Anderton, Beckham e Scholes (Inglaterra); Estili e Mahdavikia (Irâ); Di Biagio (Itália); Mihajlovic, Mijatovic e Stojkovic (Iugoslávia); Earle (Jamaica); Nakayama (Japão); Hadji (Marrocos); Blanco e Garcia Aspe (México); Adepoju, Babangida, Ikpeba, Lawal, Oliseh e Oruma (Nigéria); Eggen, Havard Flo, Tore Andre Flo e Rekdal (Noruega); Celso Ayala, Benitez e Cardozo (Paraguai); Ilie e Petrescu (Romênia); Souayah (Tunísia)

Gols Contra: Issa (África do Sul) a favor da França; Boyd (Escócia) a favor do Brasil; Mijahlovic (Iugoslávia) a favor da Alemanha; Chippo (Marrocos) a favor da Noruega

OBS: Em algumas fontes o primeiro gol da Iugoslávia e da Alemanha no jogo entre eles são anotados para Stankovic e Tarnat. Foram ocasionadas em jogadas que foram desviados de cabeça pelos jogadores que citei na artilharia. Isso acaba confundindo muito os pesquisadores esportivos devido que uma fonte explica uma coisa e a outra fonte outra coisa. Por isso não está sendo fácil poder resgatar esses artilheiros, mas a gente tenta mostrar para os que lêem o melhor possível.

Notas da Copa: Foram marcados 171 gols em 64 jogos, com média de 2,7 por jogo. Uma boa média impulsionada pelo maior número de gols em uma só Copa...
Lembra do técnico escocês que se demitiu em 1954? Pois bem, nessa Copa ocorreram três demissões de técnicos: Carlos Alberto Parreira, da Arábia Saudita, Bum Kun-Cha, da Coréia do Sul e o polonês Henri Kasperczak, da Tunísia. Nesses casos, os técnicos foram demitidos pelos dirigentes sendo os primeiros a atingirem o "feito" na História das Copas. Nenhum técnico se orgulharia disso e lá na Copa é como aqui no Brasil. Maus resultados, pé na bunda e vai pra rua ao som de "The Lonely Man" com sua malinha...
Os gols 1600 e 1700 chegaram nessa Copa do Mundo marcados por um gol contra do zagueiro sul-africano Issa ao tentar cortar um chute pela esquerda e pelo iugoslavo Komjlenovic de cabeça, aproveitando uma falta da direita de Stojkovic.
A Argentina e a Itália chegaram ao gol de número 100 nessa Copa marcados por Cláudio Lopez contra a Holanda em um chute da entrada da área e por Luigi di Biagio contra Camarões marcando de cabeça após uma falta da esquerda.
A Holanda chegou ao gol de número 50 na História das Copas marcado por Ronald de Boer contra o México aproveitando um passe da direita e chutando no canto.
Em relação aos hat-tricks, apenas um jogador atingiu esse feito nessa Copa: foi Gabriel Batistuta, que com seus três gols contra a Jamaica, tornou-se o único jogador a marcar hat-tricks em duas copas diferentes igualando a Kocsis, Fontaine e Gerd Muller com dois.
E os irmãos dinamarqueses Michael e Brian Laudrup foram a terceira dupla de irmãos a marcar gols em Copas do Mundo. (os outros dois são os irmãos alemães Ottmar e Fritz Walter em 1954 e os holandeses Willy e Renê Van Der Kerkhof em 1978)
E Robert Prosinecki foi o único jogador até hoje a marcar gols em Copas do Mundo em seleções diferentes: Em 1990 pela antiga Iugoslávia e em 1994 pela Croácia.
E o jogador dinamarquês Ebbe Sand foi o reserva a marcar o gol mais rápido da história das Copas contra a Dinamarca. Ele fez em apenas 16 segundos depois de entrar no jogo.

Fato Rápido: Essa música "The Lonely Man" é o tema da série do Incrível Hulk exibido entre 1978 e 1982 nos Estados Unidos. É aquela música em que o personagem principal, o David Banner aparece deixando a cidade e indo embora sem destino na tentativa de encontrar sua cura.

Bem, até a próxima e penultima, com a Copa de 2002, no Japão e na Coréia do Sul. Sayonara!!!!!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Seleção Brasileira

Em pé: Dida, Adriano, Juan, Kaká, Lúcio e Cafu.
Agachados: Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Zé Roberto, Roberto Carlos e Emerson.
Copa do Mundo de 2006

BRASIL 1 X 0 CROÁCIA
Data: 13/06/2006
Copa do Mundo / Primeira fase
Local: Estádio Olímpico (Olympiastadion) / Berlim
Público: 66.021
Árbitro: Benito Archundia (MÉX)
Assistentes: José Ramirez (MÉX) e Hector Vergara (CAN)
Cartões amarelos: Émerson (Brasil); Robert Kovac, Tudor e Niko Kovac (Croácia)
Gol: Kaká/1º
BRASIL: Dida, Cafu, Lúcio, Juan, Roberto Carlos; Émerson, Zé Roberto, Kaká, Ronaldinho Gaúcho; Ronaldo (Robinho) e Adriano / Técnico: Carlos Alberto Parreira.
CROÁCIA: Pletikosa, Simic, Robert Kovac, Simunic, Srna, Tudor, Niko Kovac (Jerko Leko), Niko Kranjcar, Babic, Klasnic (Olic) e Prso / Técnico: Zlatko Kranjcar.

BRASIL 2 x 0 AUSTRÁLIA
Data: 18/06/2006
Copa do Mundo / Primeira fase
Local: Allianz Arena / Munique
Público: 59.416
Árbitro: Markus Merk (ALE)
Assistentes: C. Schraer (ALE) e J. H. Salver (ALE)
Cartões amarelos: Cafu, Robinho e Ronaldo (Brasil); Emerton e Culina (Austrália)
Gols: Adriano 03 e Fred 43/1º
BRASIL: Dida, Cafu, Lúcio, Juan, Roberto Carlos; Émerson (Gilberto Silva), Zé Roberto, Kaká, Ronaldinho Gaúcho; Ronaldo (Robinho) e Adriano (Fred) / Técnico: Carlos Alberto Parreira.
AUSTRÁLIA: Schwarzer, Emerton, Neill, Moore (Aloisi), Popovic (Bresciano), Chipperfield, Culina, Vince Grella, Cahill (Kewell), Sterjovski e Viduka / Técnico: Guus Hiddink.

JAPÃO 1 x 4 BRASIL
Data: 22/06/2006
Copa do Mundo / Primeira fase
Local: Westfalenstadion / Dortmund
Público: 60.285
Árbitro: Eric Poulat (FRA)
Assistentes: L. Dagorne (FRA) e V. Texier (FRA)
Cartão amarelo: Gilberto
Gols: Tamada 33, Ronaldo 46/º, Juninho Pernambucano 08, Gilberto 14 e Ronaldo 35/2º
BRASIL: Dida (Rogério Ceni), Cicinho, Lúcio, Juan, Gilberto, Gilberto Silva, Juninho Pernambucano, Kaká (Zé Roberto), Ronaldinho Gaúcho (Ricardinho); Ronaldo e Robinho / Técnico: Carlos Alberto Parreira.
JAPÃO: Kawaguchi, Kaji, Nakazawa, Tsuboi, Alex Santos, Ogasawara (Koji Nakata), Inamoto, Nakamura, H. Nakata, Tamada e Maki (Takahara, Oguro) / Técnico: Zico.

BRASIL 3 x 0 GANA
Data: 27/06/2006
Copa do Mundo / Oitavas-de-final
Local: Westfalenstadion / Dortmund
Público: 60.285
Árbitro: Lubos Michel (ESL)
Assistentes: R. Slysko (ESL) e M. Balko (ESL)
Cartões amarelos: Juan e Adriano (Brasil), Pantsil, Eric Addo, Appiah, Muntari e Gyan (Gana)
Cartão vermelho: Gyan (Gana)
Gols: Ronaldo 05, Adriano 46/1º e Zé Roberto 39/2º
BRASIL: Dida, Cafu, Lúcio, Juan, Roberto Carlos, Émerson (Gilberto Silva), Zé Roberto, Kaká (Ricardinho), Ronaldinho Gaúcho, Adriano (Juninho Pernambucano) e Ronaldo / Técnico: Carlos Alberto Parreira.
GANA: Kingson, Pantsil, Pappoe, Mensah. Shilla, Eric Addo (Boateng), Appiah, Draman, Muntari, Amoah (Tachie-Mensah) e Gyan / Técnico: Ratomir Dujkovic.

BRASIL 0 x 1 FRANÇA
Data: 01/07/2006
Copa do Mundo / Quartas-de-final
Local: Commerzbank Arena / Frankfurt
Público: 43.324
Árbitro: Luis Medina Cantalejo (ESP)
Assistentes: V. G. Carrasco (ESP) e P. M. Hernández (ESP)
Cartões amarelos: Cafu, Juan, Ronaldo e Lúcio (Brasil) e Sagnol, Thuram e Saha (França)
Gol: Henry 11/2º
BRASIL: Dida, Cafu (Cicinho), Lúcio, Juan, Roberto Carlos, Gilberto Silva, Zé Roberto, Juninho (Adriano), Kaká (Robinho), Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo / Técnico: Carlos Alberto Parreira.
FRANÇA: Barthez , Sagnol, Thuram, Gallas, Abidal, Makelele, Vieira, Malouda (Wiltord), Ribéry (Govou), Zidane e Henry (Saha) / Técnico: Raymond Domenech.
Obs: Com esta derrota, o Brasil foi eliminado da Copa.
A itália foi a Campeã ganhando da França nos penaltis por 5 x 3 depois de empate por 1 x 1.

domingo, 16 de maio de 2010

COPA DO MUNDO DE 1962 - ESPANHA

Olá amigos!

A Copa do Mundo de 1962, realizada no Chile, contou com um dos mais fortes “Grupo da Morte” já existente na história dos Mundiais. O Grupo era formado por México, Brasil, Tchecoslováquia e Espanha. Se o México foi o saco de pancadas, Brasil e Tchecoslováquia foram, simplesmente, Campeão e Vice. Já a Espanha pagou o pato por ter caído em um grupo tão difícil. Comandada pelo lendário treinador Helenio Herrera e contando com Gento e o húngaro Púskas, que havia se naturalizado, a “Fúria”, mesmo com um dos melhores times de sua história, caiu na 1ª fase. Vamos às súmulas dos jogos da Espanha na Copa do Mundo de 1962.

Espanha 0 x 1 Tchecoslováquia
Fase de Grupos – Grupo C
Data: 31/05/1962
Local: Estadio Sausalito (Viña del Mar)
Juiz: Eric Steiner (AUT)
Gols: Stibranyi 80’
Espanha: Carmelo, Rivilla, Reija, Segarra, Santamaria, Garay, Del Sol, Martinez, Puskás, Suárez, Gento. Técnico: Helenio Herrera
Tchecoslováquia: Schrojf, Lala, Novak, Pluskal, Popluhar, Masopust, Stibranyi, Scherer, Kvasnak, Adamec, Jelinek. Técnico: Vytlacil

Espanha 1 x 0 México
Fase de Grupos – Grupo C
Data: 03/06/1962
Local: Estadio Sausalito (Viña del Mar)
Juiz: Branco Tesanik (IUG)
Gols: Peiró 89’
Espanha: Carmelo, Rodri, Gracia, Verges, Santamaria, Pachin, Del Sol, Peiró, Puskás, Suárez, Gento. Técnico: Helenio Herrera
México: Carbajal, Del Muro, Cárdenas, Sepúlveda, Jauregui, Reyes, Najera, Del Aguila, H.Hernández, Jasso, Díaz. Técnico: Trelles

Espanha 1 x 2 Brasil
Fase de Grupos – Grupo C
Data: 06/06/1962
Local: Estadio Sausalito (Viña del Mar)
Juiz: Sergio Bustamante (CHI)
Gols: Rodríguez 35’, Amarildo 72’ e Amarildo 86’.
Espanha: Araguistain, Rodri, Rodríguez, Gracia, Verges, Etxeberria, Pérez, Collar, Peiró, Puskás, Gento. Técnico: Helenio Herrera
Brasil: Gilmar, D.Santos, Mauro, Zózimo, N.Santos, Zito, Garrincha, Didi, Vavá, Amarildo, Zagallo. Técnico: Aymoré Moreira

sábado, 15 de maio de 2010

Artilharia da Copa do Mundo de 1994

Olá, pessoal!!!

Seguindo nossa série, chegamos a Copa do Mundo de 1994, realizada nos Estados Unidos. Houve mudanças e um temor em apenas quatro anos. Parafraseando o presidente Lula, nunca na história desse mundo houve mudanças tão rápidas e com repercussões tão sentidas como essas. Pra começo de conversa, a União Soviética deixou de existir somente um ano depois da sua última participação em Copas tornando-se, com isso, 15 nações independentes a partir de 1991. A Alemanha conseguiu sua reunificação após 40 anos dividida e com o temor de que os fantasmas do seu passado voltassem a assustar o mundo. Felizmente os alemães recuperaram o orgulho de torcer por sua seleção.
A Tchecoslováquia deixou de existir em 1993 após um plebiscito pacífico separando-a em duas repúblicas independentes, A República Tcheca e a Eslováquia.
E a Iugoslávia praticamente se esfacelou nesses quatro anos com uma guerra sangrenta e cruel que arrasou famílias, que destruiu muitos talentos de futuro, que traumatizou as mulheres devido aos estupros constantes e mais do que isso, acabou praticamente com o bom futebol daquele país.
É fato dizer que esse esfacelamento no futebol sérvio continuou até 2006, onde durante a Copa da Alemanha, a Seleção que estava em campo, não existia mais como um país.

E com tantas mudanças assim, transformaram radicalmente o mapa do futebol, nascendo novos países e novas seleções que dariam muito o que falar futuramente.

E havia um temor muito grande em relação a Copa ser realizada em um país que o futebol não era paixão nacional, com exceção das mulheres, que se tornaram anos mais tarde, o time a ser batido no futebol feminino.
Vale lembrar também que naquele ano havia a concorrência bastante grande com outros esportes de paixão nacional dos norte-americanos como por exemplo a NBA que se encontrava naquele ano de 1994 na grande final que era o Houston Rockets do pivô Hakeem Olajuwon contra o New York Knicks do pivô Pat Ewing.

Trocando em miúdos, a Copa tinha tudo para dar errado. Mas acabou tendo um belo sucesso graças a uma brilhante contribuição dos norte-americanos para o futebol: o seu espetáculo fora dele, arte em que são mestres.

E os norte-americanos não decepcionaram seu torcedor. Ficaram entre os 16 melhores e só caiu contra o Brasil em um jogo difícil, onde venderam caro a derrota para o grande campeão daquela Copa. E protagonizaram indiretamente um dos momentos mais trágicos da História das Copas, que foi a estúpida morte do zagueiro colombiano Escobar em Medellin que acabou crivado de balas só porque teve a infelicidade de marcar um gol contra ao tentar cortar uma jogada de ataque. Uma vida tirada por nada...

Outras seleções também fizeram a alegria de seus torcedores, como a do Brasil, que levou seu quarto título com méritos e garra assim como a Itália que chegou a final merecidamente, apesar de tecnicamente essas seleções produzirem muito pouco. Mas a diferença estava em dois Rs que foram decisivos naquela Copa: Romário e Roberto Baggio.
Com seus gols, levaram suas seleções á decisão que acabou nos angustiantes pênaltis. E no melhor estilo filme de faroeste, o bandido acabou morto pelo mocinho. No caso, Romário, o mocinho, acertou seu pênalti e Baggio, o bandido, não. Sem falar em Taffarel, que foi decisivo ao defender o pênalti de Massaro e ajudar a exorcizar dois fantasmas: o dos pênaltis e o do jejum de títulos.

Também podemos citar a Suécia e a Bulgária como belas surpresas daquela Copa. O primeiro fez um ótimo terceiro lugar e protagonizou belos duelos contra o Brasil tendo um timaço de jogadores como Brolin, Martin Dahlin, o jovem Henrik Larsson e o engraçadíssimo e competente Thomas Ravelli no gol. E o segundo "lavou a égua" nessa Copa onde até então não tinham ganhado um só jogo. Ganhou três jogos e dois deles contra adversários nada desprezíveis como a Alemanha e a Argentina. Revelou também seus bons jogadores como Lechkov, Sirakov e é claro, Hristo Stoichkov, um dos artilheiros daquela copa e um craque invejável.

Colocaria também a Holanda, com uma boa seleção comandada pelo Bergkamp, que teve que ser dopado pra poder viajar aos Estados Unidos por causa do seu medo terrível de aviões. E o Brasil quase morreu de medo desses holandeses. Se não fosse a falta que o Branco acertou, certamente a história seria outra.
A Romênia, que fez um bom papel e ficou entre os oito primeiros graças aos belos gols de Hagi e o oportunismo do Raducioiu. (A Argentina que o diga dessas jogadas do Hagi) e também a Arábia Saudita que honrou sua estréia em Copas do Mundo com uma obra-prima feita por Owairan no jogo contra a Bélgica onde partiu com a bola dominada, deixou meio time belga pelo caminho, botou o Preud´Homme no chão e tocou pro fundo do gol no melhor estilo Maradona.

Falando nisso, a Argentina merece um parágrafo a parte nesse post. Essa Copa teve para os hermanos o ADM e o DM (o Antes e o Durante de Maradona e o Depois de Maradona). Na era Antes e Durante de Maradona, a Argentina mostrou um belo futebol com jogadas rápidas e passes incríveis de um Maradona igualmente incrível e exuberante como em 1986. Seria campeã do mundo sem dúvida, mas...
Aí veio a punição devido a efedrina e veio então a era Depois de Maradona, onde a Argentina se mostrou perdida e sem rumo, sendo batida com facilidade por búlgaros e romenos. Ah, se o Maradona estivesse com eles...

Já a Alemanha unificada e a nova Rússia fracassaram redondamente nessa Copa. A primeira, apesar de ter chegado as quartas-de-final, jamais convenceu como time. Passou por muito sofrimento na primeira fase sendo salvos pela expulsão infantil do Etcheverry no jogo contra a Bolívia, pela falta de pontaria da Espanha e pelos frangos do goleiro Choi In-Young contra a Coréia do Sul. Contra a Bélgica, foi um sofrimento no fim do jogo com direito até a Preud´Homme na sua área quase marcando um gol de cabeça e que teve o seu grand finale tomando uma virada surpreendente dos búlgaros nas quartas-de-final.

E a Rússia não fez muita coisa nessa Copa a não ser aquele jogo inesquecível do Salenko contra Camarões fazendo seus cinco gols de quase todas as maneiras possíveis. De pênalti, de pé direito e de pé esquerdo. Só faltou marcar de cabeça para completar o massacre.

Bom, já que abri o jogo pros artilheiros, vamos a eles então:

Com 6 Gols: Stoichkov (Bulgária); Salenko (Rússia)

Com 5 Gols: Klinsmann (Alemanha); Romário (Brasil); Roberto Baggio (Itália); Kennet Andersson (Suécia)

Com 4 Gols: Batistuta (Argentina); Raducioiu (Romênia); Dahlin (Suécia)

Com 3 Gols: Bebeto (Brasil); Caminero (Espanha); Bergkamp (Holanda); Hagi (Romênia); Brolin (Suécia)

Com 2 Gols: Voller (Alemanha); Amin (Arábia Saudita); Caniggia (Argentina); Albert (Bélgica); Letchkov (Bulgária); Valencia (Colômbia); Hong Myong-Bo (Coréia do Sul); Goikoetxea (Espanha); Jonk (Holanda); Dino Baggio (Itália); Luís García (México); Amokachi e Amunike (Nigéria); Dumitrescu (Romênia); Knup (Suíça)

Com 1 Gol: Matthaus e Riedle (Alemanha); Al-Ghashiyan, Al-Jaber e Owairan (Arábia Saudita); Balbo e Maradona (Argentina); Degryse e Grun (Bélgica); Erwin Sanchez (Bolívia); Branco, Márcio Santos e Raí (Brasil); Borimirov e Sirakov (Bulgária); Embe, Omam-Biyick e Roger Milla (Camarões); Gaviria e Lozano (Colômbia); Hwang Sun-Hong e Jung Won-Seo (Coréia do Sul); Beguiristain, Guardiola, Hierro, Júlio Salinas e Luís Enrique (Espanha); Stewart e Wynalda (Estados Unidos); Roy, Taument e Winter (Holanda); Aldridge e Houghton (Irlanda); Massaro (Itália); Chaouch e Nader (Marrocos); Bernal e Garcia Aspe (México); Finidi, Siasia e Yekini (Nigéria); Rekdal (Noruega); Petrescu (Romênia); Radchenko (Rússia); Larsson, Ljung e Mild (Suécia); Bregy, Chapuisat e Sutter (Suíça)

Gol Contra: Escobar (Colômbia) a favor dos Estados Unidos.

Notas da Copa: Foram marcados nessa Copa 141 gols em 48 jogos, com média de 2,7 por jogo. Uma melhora sensível...
O segundo gol de Caniggia contra a Nigéria foi o de número 1500 na História das Copas do Mundo. E foi um bonito gol com um toque na saída de Rufai.
A Grécia foi a única seleção nessa Copa a não marcar gols. Quem sabe em 2010...
O Brasil foi a primeira seleção a chegar a marca miliária dos 150 gols em Copas do Mundo. E o felizardo a marcar esse gol foi o contestado Raí cobrando pênalti contra a Rússia. Um dos poucos lampejos do Raí que todos nós conhecemos...
Além do Brasil, a Alemanha também chegou a marca de 150 gols em Copas do Mundo. E o autor do feito é o atacante Riedle, chutando da entrada da área e contando com a colaboração do goleiro Choi In-Young.
A Espanha, nessa Copa chegou ao seu gol de número 50 marcado por Luis Enrique contra a Suíça aproveitando uma jogada trabalhada e chutando no canto.
E em relação aos hat-tricks, foram dois que chegaram ao feito: o argentino Batistuta (três gols contra a Grécia) e é claro, o russo Salenko (cinco gols contra Camarões que o colocaram como o jogador que mais gols fez em um só jogo na História das Copas)
E nesse mesmo jogo, Roger Milla também fez história com seu único gol naquela Copa ao ser o jogador mais velho a alcançar o feito com 42 anos de idade. Não faltou a dançadinha na bandeirinha de escanteio...
E uma última curiosidade sobre Camarões: Foi o terceiro país que teve o jogador mais novo e o mais velho a marcar gols numa mesma Copa. O mais novo foi David Embe, que marcou o gol contra a Suécia com apenas 20 anos de idade. Os outros dois países que tiveram o jogador mais novo e o mais velho a marcarem gols numa mesma Copa foram o Brasil em 1966 (Tostão com 19 anos e Garrincha com 32 anos) e a Hungria em 1982 (Poloskei com 20 anos e Fazekas com 34 anos).

Até a próxima, com a Copa de 1998, na França. Au revoir, mes amis!!!!

quinta-feira, 13 de maio de 2010

A.Rio Negro C.

1976
Em pé: Helinho, Misael Paulada, Bira, Adilson, Geraldo Galvão e Júlio César
Agachados: Luis Cosme, Cacá, Lívio, Alexandre e Jurandi

Apelido: Rio Negro
Nome Real: Atlético Rio Negro Clube
Fundação: 13/11/1913
Endereço: Rua Epaminondas 570
CEP:69010-090 - Manaus/AM
Estádio: Vivaldo Lima - Vivaldão (60.000)
Uniforme: Branco com uma faixa horizontal preta, preto, brancas
E-Mail: rionegroclube@argo.com.br

Principais Títulos
Taça Internacional Guiana: 1980
Copa Norte-Nordeste: 1975
Taça Norte: 1986
Taça Amazônica Amazonas/Pará: 1928
Campeonato Amazonense: 1921, 1926, 1927, 1931, 1932, 1938, 1940, 1943, 1962, 1965, 1975, 1982, 1987, 1988, 1989, 1990 e 2001
Vice-Campeonato Amazonense: 1966, 1973, 1974, 1976, 1979, 1980, 1983, 1984, 1985, 1986, 1992, 1998, 1999 e 2003
Campeonato Amazonense - 2ª Divisão: 1 vez (2008).
Torneio Início: 1933, 1966, 1968, 1969, 1979, 1980, 1982, 1983, 1990, 1995 e 2002

RIO NEGRO (AM) 1 X 0 FAST (AM)
Data: 18/08/1976
Campeonato Amazonense
Local: Vivaldo Lima
Árbitro: Roberto Nunes Morgado
Renda: Cr$ 111 335,00
Público: 9 080
Cartão amarelo: Misael e Dílson
Expulsão: Lívio e Melo
Gol: Cacá 14/1º
RIO NEGRO: Helinho, Santana, Misael, Júlio César, Geraldo Galvão (Baiano), Luís Rodrigues, Zé Cláudio, Dílson, Cacá, Lívio e Jurandi
FAST: Ribamar, Carlos Alberto, Neo, Luís Carlos, Valdemiro (Melo), Zezinho, Rolinha, Ivo, Domingos, Serginho (Laerte) e Reis

RIO NEGRO (AM) 2 X 0 PAYSANDU (PA)
Data: 22/09/1976
Campeonato Brasileiro
Local: Estádio Vivaldo Lima
Árbitro: Almir Ricci Laguna
Renda: CR$ 89.950,00
Gols: Jurandir, Vilfredo
RIO NEGRO: Iane, Lauro, Luis Carlos, Júlio César, Baiano (Geraldo), Luís Rodrigues, Rolinha, Sima, Cacá (Jurandi), Vilfredo e Corisco
PAYSANDU: Detinho, Darinta, Dias, Paulinho, Joaquim, Lula, Roberto Bacuri, Patrulheiro, Nilson (Fefeu), Villi (Edmir), Tuíca

RIO NEGRO (AM) 2 X 0 NACIONAL (AM)
Data: 07/03/1976
Campeonato Amazonense
Local: Vivaldo Lima
Árbitro: Alexandre Lourenço
Renda: Cr$ 185 302,00
Público: 16 870
Gols: Alexandre 10/1º e Santana 22/2º
Cartão amarelo: Rai e Renato
Expulsão: Misael 10/2º
RIO NEGRO: Helinho, Santana, Misael, Júlio César, Geraldo Galvão, Rai, Zezinho (Edvaldo), Alexandre, Caca, Lívio e Antônio Luís
NACIONAL: Procópio, Antenor, Renato, Fausto, Luís Florêncio, Jorginho (Djalma), Estélio, Botelho (Zuza), Carlinhos, Bibi e Nilson

RIO NEGRO (AM) 6 X 2 AMÉRICA (AM)
Data: 24/05/1969
Campeonato Amazonense
Local: Parque Amazonense
Renda: Cr$ 11.613,00
Público: 4.871
Árbitro: Valquir Pimentel.
Auxiliares: Alfredo Fernandes e Arlindo Luchards
Gols: Rubem, Santos (2), Carlos Alberto, Anízio; Rui (2)
Expulsão: Xerém, Edson Marques
RIO NEGRO: Clóvis, Edmilson, Maravilha, Valter e Chicute; Xerém e Joãozinho; Rubens, Santos, Carlos Alberto (Domingos) e Anízio.
AMÉRICA: Eneas, Borges, Nailson, Valdir Lima e Zezinho; Rui e Amiraldo; Tapioca, Edson Marques, Torrado (Geraldo) e Beze

VASCO DA GAMA (RJ) 1 X 1 RIO NEGRO (AM)
Data: 19/07/1989
Copa do Brasil
Local: Estádio Vivaldo Lima / Manaus
Arbitro: Jerônimo Alves
Público : 12.572
Gols : Carlos Alberto 30 e Sorato 46/2º
VASCO DA GAMA: Régis, Paulo Roberto (Luciano), Célio Silva, Leonardo Siqueira, Cocada, Zé do Carmo, França, Lira, Vivinho, Sorato e Tato (Ânderson) / Técnico : Sérgio Cosme
RIO NEGRO: Luís Roberto, João Carlos, Edvaldo, Luisão, Carlão, Cléber, Coca, Carlos Alberto (Café), Freitas, Ivanildo (Beto) e Beto Andrade / Técnico : Geraldo Duarte

terça-feira, 11 de maio de 2010

Artilharia da Copa do Mundo de 1990

Roooonnnnccc...ZZZZZZZZZZZZZZZZZZ...

hum, hâ, o quê...

Olá, pessoal!!!!

Chegamos a nossa décima-quarta Copa do Mundo, realizada na Itália em 1990. Bom, pelo menos 24 seleções e muitos jogadores entraram em campo e "fingiram" que jogaram e o público "fingiu" assistir e se empolgar a cada, digamos, "bela jogada" dos "grandes "craques.

Se pudesse dizer uma coisa sobre essa Copa, seria a mais sonífera de todas. Acho que muitos de nós, eu incluso com os meus 14 anos na época, bocejavamos a cada partida disputada, que eram de doer a maioria das vezes.
E que tinha um roteiro que todas (ou quase todas) as seleções cumpriam a risca: O zagueiro tocava a bola pro lateral e o lateral carimbava a bola. Por sua vez, o lateral passava a bola pro outro lateral e o outro lateral ensebava a bola e logo tocava pro goleiro que a ensebava também. Aí, o goleiro depois de carimbar a bola, lançava pro outro zagueiro e começava tudo de novo. E os pobres dos atacantes que se ferrem lá na frente esperando uma bola boa, um lançamento longo ou uma jogada bem trabalhada, que quase sempre nunca acontecia.

Foi tanta decepção mas tanta decepção que fica difícil escolher algum destaque dessa Copa. Poderiamos dizer que a Alemanha Ocidental mereceu o título por ser abnegada, raçuda e tinha alguns oásis nesse "deserto" de talentos que essa Copa apresentou. Como Matthaus, Voller e o jovem Jurgen Klinsmann que destacou-se bem em sua primeira Copa do Mundo. Poderiamos dizer que os Camarões foram os únicos a fazerem parte do movimento "Joga Bonito" nessa Copa, liderados por um cara que já estava aposentado do futebol naquele ano, Roger Milla. Que só foi chamado por um certo Paul Biya que era nada mais nada menos que o presidente do país!!! É moral mesmo...

Poderiamos dizer que a Colômbia até que fez uma bela Copa, com bons jogadores como Valderrama e Rincón e o folclórico René Higuita, o showman daquela Copa, com suas defesas de cabeça e com suas saídas como líbero, querendo driblar todo mundo. E em uma dessas, fez uma das maiores trapalhadas da História das Copas ao tentar um drible em Roger Milla e perder a bola para o camaronês fazer o gol da classificação. Matou a Colômbia e foi dançar lambada na bandeirinha de escanteio...

Com muita vontade, poderíamos dizer que a Itália estava razoável nessa Copa só por causa do Roberto Baggio, vamos ser francos. O garoto jogou o fino em sua primeira Copa e foi um dos pouquíssimos talentos a se salvarem na Copa, dando o seu cartão de visitas naquele golaço contra a Tchecoslováquia. E teve um jogador que era o "gato borralheiro" dessa Copa, nela virou um "Cinderelo" matador e goleador e após isso, voltou a ser o "gato borralheiro". Este se chama Salvatore Schillaci, vulgo Totó. Veio, viu e venceu. (a Artilharia, não o título).

A Inglaterra até que vai lá, chegou em um bom quarto lugar mas cá pra nós, o único que se salvou foi o Lineker com seus gols. O resto bocejou. O Platt talvez, com muito boa vontade e o Gascoigne só é lembrado pelo chororô das semifinais contra a Alemanha quando levou o segundo amarelo. Tenha dó...

Quanto ao Brasil, que medonhice que foi essa Copa, cara. Primeiro, o técnico Sebastião Lazaroni, (aquele mesmo que fez uma declaração idiota dizendo que o Brasil de Pelotas jogou dopado no Gauchão de 1998 contra o Grêmio por causa da equipe pelotense ter jogado bem naquele dia) me inventa de jogar com alas e líbero achando que era o ideal. Depois, o grupo se desuniu por causa do dinheiro dos prêmios que a Pepsi ia dar, mas voltou atrás. Até teve aquela cena dantesca de cobrir o distintivo da Pepsi com a mão na hora das fotos. Nos jogos da Primeira Fase, as atuações foram de doer e de dormir. E quando finalmente a equipe resolveu jogar bola, perdeu uma miríade de chances de gol com bolas na trave e o Goycochea pegando tudo e em um ataque certeiro do Cannigia aproveitando um passe do "Saci" Maradona, perdeu o jogo e a vaga. O Muricy Ramalho tinha razão, a bola pune mesmo...

A Argentina merece mesmo um parágrafo a parte. Começou tão mal a Copa que por pouco não ficou de fora, mas com a entrada do Goycochea no gol a Argentina surpreendentemente melhorou nas fases decisivas e aos trancos e barrancos, conseguiu chegar á final graças as defesas de pênalti do goleiro e das poucas jogadas de genialidade do "Saci" Maradona que estava com o tornozelo ferrado e com os nervos a flor da pele. Pena que na final, não chegaram lá porque levaram um gol de pênalti no mínimo duvidoso. Bem, amigos, pelo menos no mundo do futebol os sacis são reais e até decidem partidas e campeonatos....

E a Holanda, hein? Veio com uma dupla de craques (Gullit e Van Basten) que fariam a diferença e com uma equipe técnica capaz de ser o primeiro do grupo. Que Nada!!! Conseguiu só três empates insossos e ainda tomaram junto com os irlandeses (que chegaram longe sem ganhar de ninguem e só fizeram dois gols) uma bronca do juíz Michel Vautrot porque resolveram todo mundo ficar dependurado na trave e criar trincheiras na defesa. E o juíz então parou o jogo e pediu para que os dois times atacassem de uma vez. Mas fizeram ouvido de mercador e a decisão do segundo lugar teve que ir pra sorteio. E a Holanda perdeu o sorteio, o jogo contra a Alemanha Ocidental, a vaga para as quartas-de-final e a dignidade. A bola pune II, a Missão....

E depois de tantas "besteiras" que falei (é lamentável dizer isso, mas foi isso que aconteceu em 1990, um festival de besteiras, bocejos, e muitos ZZZZS) vamos aos artilheiros antes que eu durma de novo com essa Copa:

Com 6 Gols: Schillaci (Itália)

Com 5 Gols: Skuhravy (Tchecoslováquia)

Com 4 Gols: Matthaus (Alemanha Ocidental); Roger Milla (Camarões); Michel (Espanha); Lineker (Inglaterra)

Com 3 Gols: Brehme, Klinsmann e Voller (Alemanha Ocidental); Platt (Inglaterra)

Com 2 Gols: Caniggia (Argentina); Careca e Muller (Brasil); Redin (Colômbia); Roberto Baggio (Itália); Jozic, Pancev e Stojkovic (Iugoslávia); Balint e Lacatus (Romênia); Bilek (Tchecoslováquia)

Com 1 Gol: Bein e Littbarski (Alemanha Ocidental); Burruchaga, Monzón e Troglio (Argentina); Ogris e Rodax (Áustria); Ceulemans, Clijsters, De Wolf, Degryse, Scifo e Vervoort (Bélgica); Ekéké, Kunde e Omam-Biyick (Camarões); Rincón e Valderrama (Colômbia); Kwang Hwang-Bo (Coréia do Sul); Cayasso, Roger Flores, Ronald González e Médford (Costa Rica); Abdelghani (Egito); Khalid Mubarak e Jumaa (Emirados Árabes Unidos); Johnston e McCall (Escócia); Gorriz e Júlio Salinas (Espanha); Caligiuri e Murray (Estados Unidos); Gullit, Kieft e Ronald Koeman (Holanda); Wright (Inglaterra); Quinn e Sheedy (Irlanda); Gianinni e Serena (Itália); Prosinecki e Susic (Iugoslávia); Brolin, Ekstrom e Stromberg (Suécia); Hasék, Kubik e Luhovy (Tchecoslováquia); Dobrovolski, Protasov, Zavarov e Zigmantovich (União Soviética); Bengoechea e Fonseca (Uruguai)

Notas da Copa: Foram marcados nessa Copa apenas 115 gols em 52 jogos, com média de 2,2 por jogo, a mais baixa de todas. Fato rápido: mais da metade dos gols (52) foi feito de bola parada, provando que a Copa foi mesma de doer....
Mas mesmo assim houve história nessa Copa: o sueco Ekstrom marcou o gol de número 1400 na história das Copas aproveitando um rebote do goleiro costarriquenho Conejo e colocando a bola na rede.
A Rússia, a Inglaterra e a Iugoslávia (atual Sérvia) chegaram ao gol de número 50 nessa Copa marcados por Protasov contra Camarões aproveitando um lançamento e chutando no canto de N´Kono, por Platt contra a Bélgica aproveitando uma rebatida da zaga em cobrança de falta e tocando no canto direito de Preud´Homme e por Susic contra os Emirádos Árabes Unidos marcando de cabeça após um cruzamento da esquerda respectivamente.
E também, mesmo com todo o defensivismo covarde, teve hat-trick, sim senhor. E foram dois os heróis desse feito: Michel, da Espanha (três gols contra a Coréia do Sul) e Skuhravy, da Tchecoslováquia (três gols contra a Costa Rica). Um fato interessante no hat-trick do tcheco, chamado, na época, pela força física e pelo bom cabeceio de "Rambo Aéreo": todos os gols dele foram de cabeça.

Bem, até a próxima, com a Copa de 1994, nos Estados Unidos. Until next time and good night!!!!!

domingo, 9 de maio de 2010

COPA DO MUNDO DE 1958 - FRANÇA

Olá amigos!

A Copa do Mundo de 1958 deixou como legado para a história do futebol algumas Seleções inesquecíveis. Contando com o magnífico trio ofensivo Piantoni, Kopa e Fontaine, a França foi uma destas Seleções que nunca mais será esquecida. Mais impressionante que os 23 gols marcados pelos “Le Bleus” em apenas 6 partidas, somente o fato que 13 destes tentos foram marcados por Just Fontaine, o que lhe tornou até hoje o maior artilheiro de apenas um edição do Mundial. Porém, o sonho francês de conquistar o caneco só seria realizado em 1998, justamente após vencer o Brasil, adversário que o eliminaria na fase semi-final em 1958. Vamos às súmulas dos jogos da França na Copa do Mundo de 1958.

França 7 x 3 Paraguai
Fase de Grupos – Grupo B
Data: 08/06/1958
Local: Idrottsparken (Norrköping)
Juiz: Juan Gardeazabal (ESP)
Gols: Amarilla 21’, Fontaine 25’, Fontaine 30’, Amarilla 42’, Romero 50’, Piantoni 31’, Wisnieski 62’, Fontaine 66’, Kopa 70’ e Vincent 84’.
França: Remetter, Kaelbel, Lerond, Penverne, Jonquet , Marcel, Wisnieski, Fontaine, Kopa, Piantoni, Vincent. Técnico: Batteaux
Paraguai: Mayeregger, Arevalo, Miranda, Achucaro, Lezcano, Villalba, Aguero, Parodi, Romero, Ré, Amarilla. Técnico:González

França 2 x 3 Iugoslávia
Fase de Grupos – Grupo B
Data: 11/06/1958
Local: Arosvallen (Vasteras)
Juiz: Benjamin Griffiths (GAL)
Gols: Fontaine 5’, Petakovic 16’, Vaselinovic 65’, Fontaine 85’ e Vaselinovic 87’.
França: Remetter, Kaelbel, Marche, Penverne, Jonquet , Marcel, Wisnieski, Fontaine, Kopa, Piantoni, Vincent. Técnico: Batteaux
Iugoslávia: Beara, Tomic, Crnkovic, Krstic, Zebec, Boskov, Petakovic, Veselinovic, Milutinovic, Sekularac, Rajkov. Técnico: Tirnanic

França 2 x 1 Escócia
Fase de Grupos – Grupo B
Data: 15/06/1958
Local: Eyravallen (Örebro)
Juiz: Juan Brozzi (ARG)
Gols: Kopa 22’, Fontaine 45’ e Baird 66’
França: Abbes, Kaelbel, Lerond, Penverne, Jonquet , Marcel, Wisnieski, Fontaine, Kopa, Piantoni, Vincent. Técnico: Batteaux
Escócia: Brown, Caldow, Hewie, Turnbull, Evans, Mackay, Imlach, Murray, Mudie, Collins, Baird. Técnico: Walker

França 4 x 0 Irlanda do Norte
Quartas-de-Final
Data: 19/06/1958
Local: Idrottsparken (Norrköping)
Juiz: Juan Gardeazabal (ESP)
Gols: Wisnieski 43’, Fontaine 55’, Fontaine 63’ e Plantoni 70’.
França: Abbes, Kaelbel, Lerond, Penverne, Jonquet , Marcel, Wisnieski, Fontaine, Kopa, Piantoni, Vincent. Técnico: Batteaux
Irlanda do Norte: Gregg, Keith, McMichael, Blanchflower, Cunningham, Cush, Bingham, Casey, Scott, McIlroy, McParland. Técnico: Doherty

França 2 x 5 Brasil
Semi-Final
Data: 24/06/1958
Local: Raasunda Stadium (Estocolmo)
Juiz: Benjamin Griffiths (GAL)
Gols: Vává 2’, Fontaine 9’, Didi 39’, Pelé 53’, Pelé 64’, Pelé 76’ e Plantoni 83’.
França: Abbes, Kaelbel, Lerond, Penverne, Jonquet , Marcel, Wisnieski, Fontaine, Kopa, Piantoni, Vincent. Técnico: Batteaux
Brasil: Gilmar, De Sordi, N.Santos, Zito, Bellini, Orlando, Garrincha, Didi, Vává, Pelé, Zagallo. Técnico: Vicente Feola

França 6 x 3 Alemanha Ocidental
Disputa do 3º lugar
Data: 28/06/1958
Local: Nya Ullevi (Gotemburgo)
Juiz: Juan Brozzi (ARG)
Gols: Fontaine 16’, Cieslarczyk 18’, Kopa 27’, Fontaine 36’, Douis 50’, Rahn 52’, Fontaine 78’, Schäfer 84’ e Fontaine 89’
França: Abbes, Kaelbel, Lerond, Penverne, Laffont, Marcel, Wisnieski, Fontaine, Kopa, Douis, Vincent. Técnico: Batteaux
Alemanha Ocidental: Kwiatkowski, Stollenwerk, Wewers, Erhardt, Schnellinger, Szymaniak, Rahn, Strum, Schäfer, Kelbassa, Cieslarczyk. Técnico: Sepp Herberger

Súmulas 2010

Zagueiro artilheiro, Antonio Carlos comemora seu gol
Crédito: futebolcarioca.blogspot.com

BOTAFOGO (RJ) 3 X 3 SANTOS (SP)
Data: 08/05/2010
Campeonato Brasileiro
Local: Estádio Engenhão / Rio de Janeiro
Árbitro: Leonardo Gaciba (Fifa-RS)
Cartões Amarelos: Herrera (Botafogo); Alex Sandro, Zé Eduardo e Wesley (Santos).
Cartão Vermelho: Alex Sandro (Santos).
Gols: Antonio Carlos 07 e 45/1º e Herrera 43/2º, Neymar 29, André 32/1º e Zé Eduardo 35/2º
BOTAFOGO: Jefferson; Fahel, Antônio Carlos e Fábio Ferreira; Alessandro (Marcelo Cordeiro), Leandro Guerreiro, Túlio Souza (Edno), Renato Cajá (Caio) e Somália; Herrera e Loco Abreu / Técnico: Joel Santana.
SANTOS: Felipe; Maranhão, Bruno Aguiar, Durval, Alex Sandro; Roberto Brum (Rodrigo Mancha), Wesley e Marquinhos; Neymar (Zé Eduardo), André e Madson (Breitner) / Técnico: Dorival Júnior

ATLÉTICO GOIANIENSE (GO) 0 X 0 GRÊMIO (RS)
Data: 08/05/2010
Campeonato Brasileiro
Local: Estádio Serra Dourada / Goiânia
Árbitro: Salvio Spinola Fagundes Filho (SP) (Fifa)
Cartões Amarelos: Marcão e Pituca (Atlético-GO); Ozeia, Maylson e William Magrão (Grêmio).
Cartões Vermelhos: Ozeia (Grêmio).
ATLÉTICO GOIANIENSE: Edson; Ayrton, Gilson, Welton Felipe e Chiquinho; Agenor, Ramalho, Pituca (Keninha) e Elias (Robston); Marcão (Rodrigo Tiuí) e Juninho /Técnico: Geninho
GRÊMIO: Victor; Edílson, Rodrigo, Ozeia e Neuton (Bruno Colaço); Adílson, William Magrão, Hugo (Fábio Rochemback) e Maylson; Mithyuê (Roberson) e Bergson / Técnico: Silas.

ATLÉTICO MINEIRO (MG) 2 X 1 VASCO DA GAMA (RJ)
Data: 09/05/2010
Campeonato Brasileiro
Local: Estádio Mineirao / Belo Horizonte
Público: 12.790 pagantes
Renda: R$ 233.842,50
Àrbitro: Elmo Alves Resende Cunha
Cartões amarelos: Fabiano, Leandro, Carlos Alberto e Ricardinho (Atlético-MG); Paulinho (Vasco
Gols: Ricardinho 09 e Muriqui 18/1º, Elton 09/2º
ATLÉTICO MINEIRO: Aranha; Coelho (Evandro), Jairo Campos, Werley e Leandro; Zé Luis, Fabiano (Carlos Alberto), Correa e Ricardinho (Junior); Muriqui e Diego Tardelli / Técnico: Vanderlei Luxemburgo
VASCO DA GAMA: Fernando Prass; Paulinho, Thiago Martinelli, Dedé e Ramon; Nilton, Souza (Léo Gago), Magno e Philippe Coutinho; Dodô (Caique) e Élton / Técnico: Gaúcho

FLAMENGO (RJ) 1 X 1 SÃO PAULO (SP)
Data: 09/05/2010
Campeonato Brasileiro
Local: Estádio do Maracanã / Rio de Janeiro
Público: 7.729 pagantes (11.195 presentes)
Renda: R$ 221.155,00
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS) (Fifa)
Cartões amarelos: Juan e Everton Silva (Flamengo); Marcelinho Paraíba (São Paulo)
Gols: Washington 45/1º, Denis Marques 04/2º;
FLAMENGO: Bruno, Everton Silva, David, Ronaldo Angelim e Juan; Toró, Fernando (Michel), Rômulo (Fierro) e Kleberson; Petkovic (Vinicius Pacheco) e Dênis Marques / Técnico: Rogério Lourenço
SÃO PAULO: Rogério Ceni; Wellington, Xandão, Miranda e Junior Cesar; Jean, Richarlyson, Cleber Santana e Léo Lima (Hernanes); Marcelinho Paraíba (Marlos) e Washington / Técnico: Ricardo Gomes

CORINTHIANS (SP) 2 X 1 ATLÉTICO PARANAENSE (PR)
Data: 09/05/2010
Campeonato Brasileiro
Local: Estádio Pacaembu / São Paulo
Árbitro: Marcelo de Lima Henrique (RJ)
Público: 9.232 torcedores
Renda: R$ 283.027
Cartões Amarelos: Danilo e Souza (Corinthians); Paulo Baier, Alan Bahia e Leandro (Atlético-PR).
Cartões Vermelhos: Paulo Baier e Neto (Altético-PR).
Gols: Souza 13/2 e Ronaldo 38/2º; Wagner Diniz aos 46/1º
CORINTHIANS: Felipe; Alessandro (Souza), Chicão, William e Roberto Carlos; Ralf (Iarley), Elias e Danilo (Jucilei); Jorge Henrique, Dentinho e Ronaldo / Técnico: Mano Menezes.
ATLÉTICO PARANAENSE: Neto; Rhodolfo, Leandro e Bruno Costa; Wagner Diniz, Chico, Alan Bahia (Alex Mineiro), Paulo Baier e Márcio Azevedo; Javier Toledo (Netinho) e Marcelo (João Carlos) / Técnico: Leandro Niehues

INTERNACIONAL (RS) 1 X 2 CRUZEIRO (MG)
Data: 09/05/2010
Campeonato Brasileiro
Local: Estádio Beira-Rio / Porto Alegre
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP)
Cartões Amarelos: Fábio, Kleber, Pedro Ken e Público: 14.177 torcedores
Renda: R$ 158.540,00
Wellington Paulista (Cruzeiro), Glaydson e Everton (Internacional)
Gols: Kléber 05 e 35/1º; Taison 06/1º
INTERNACIONAL: Lauro; Ronaldo Alves, Ronaldo Conceição (Mathias), Fabiano Eller e Arílton (Leandro Damião); Glaydson, Guiñazu, Giuliano e Kleber; Taison e Kleber Pereira (Everton) / Técnico: Jorge Fossati
CRUZEIRO: Fábio; Elicarlos, Gil, Thiago Heleno e Diego Renan; Fabinho, Fabrício (Marquinhos Paraná), Pedro Ken e Fernandinho (Fábio Santos); Wellington Paulista e Kleber (Guerrón) / Técnico:Adilson Batista

sábado, 8 de maio de 2010

Artilharia da Copa do Mundo de 1986

Olá, pessoal!!!

Seguindo nossa série, chegamos novamente ao México para a Copa de 1986. Uma copa que teve uma sensação de deja vu.

Os mexicanos foram muito felizes e privilegiados. Felizes porque viram as melhores atuações até hoje de sua Seleção e privilegiados por ter assistido de perto o auge de dois dos maiores craques de todos os tempos, Pelé e Maradona.

Lembram da redenção que falei no post anterior? Pois bem, essa redenção veio e em grande estilo. Maradona praticamente fez de tudo: armou, lançou, chutou, marcou gols importantes e decidiu jogos encarniçados. A Inglaterra que o diga, vítima da "Mano de Dios" malandra do argentino no primeiro gol e o mais belo gol de todas as Copas do Mundo no segundo (opinião minha), onde arrancou do meio-campo, driblou meio time inglês, deixou o Peter Shilton no chão e botou a bola na rede. E sem falar que tinha jogadores bons ao seu lado, como Burruchaga e Valdano, por exemplo, para ajudá-lo na conquista.

Conquista que foi valorizada mais ainda pelo fato de fazer com a Alemanha Ocidental uma das finais mais empolgantes da história das Copas. Nesse jogo, a Argentina saiu na frente com dois gols de vantagem, a Alemanha Ocidental empatou o jogo com o Rummenigge com uma perna só (estava contundido) e a Argentina marcou o gol do título no finzinho do jogo com o Burruchaga. Um dos jogos inesquecíveis, sem dúvida.

Essa Copa não foi a dos sonhos como a de 1970, mas também teve seus heróis e vilões.

Um desses heróis é o "Pequeno Pelé" Enzo Scifo, que ajudou e muito a Bélgica a conquistar um ótimo quarto lugar com suas jogadas de levantar o público. Mas teve uma grande ajuda do bom goleiro Pfaff, do atacante Ceulemans e de todos os outros. E no banco, um jovem goleiro que com certeza, dará muito o que falar, Michel Preud´Homme. Guardem esse nome.
Outro é o já citado Rummenigge. Juntamente com a Alemanha Ocidental, cresceu no momento certo, chegou a final e poderia ter sido o herói da Copa, se não fosse o Maradona. Mas teve outros bons jogadores ao seu lado como Brehme, Voller e especialmente, o jovem Lottar Matthâus, que teve participação decisiva naquela falta bem cobrada contra o Marrocos que impediu o vexame de voltar pra casa mais cedo.

Havia ainda a França, com seus bravos heróis que despediram-se dos Mundiais sem o tão sonhado título, mas fizeram boas atuações que são lembrados até hoje especialmente Platini, que levou o time as semifinais mas novamente foram derrotados pelos alemães. É muito azar, hein!!

Uma menção honrosa aos heróis mexicanos por terem levado o time entre os oito primeiros e colocado definitivamente o país no mapa do futebol e os heróis marroquinos por terem triunfado no mesmo lugar onde falharam miseravelmente em 1970. Sim, afinal de contas, quem imaginaria que o Marrocos terminasse em primeiro lugar de um grupo que tinha três fortes seleções e que passaram para as oitavas-de-final somente sendo eliminados pelos alemães por um gol magistral de falta? Coisa de heróis...

E o Brasil teve os dois lados nessa Copa. Apesar de muitos problemas na preparação, com dispensas traumáticas e brigas internas, mostrou que tinha também seus heróis. Um grande goleador, que foi o Careca, e um lateral que surgiu do nada e entrou pra história com seus belos petardos impossíveis, Josimar. Mas infelizmente também tinha um vilão que quase foi herói, que foi Zico. Tudo isso por causa de um pênalti defendido pelo goleiro Bats no tempo normal, que foi o herói daquele jogo naqueles malfadados pênaltis mais tarde. Mal sabíamos que esses pênaltis marcaram o início de uma longa freguesia brasileira para os franceses...

Já as decepções foram muitas. A Itália não era nem sombra daquela de 1982 e Paolo Rossi nem jogou naquela Copa, decepcionando os mexicanos que queriam ver aquele cara que mudou a história do futebol mais de pertinho. O Uruguai também foi apenas uma sombra do que era antigamente, só sendo lembrado por duas coisas: a sapatada que levou da Dinamarca de 6 x 1 e a botinada mais rápida do oeste, ops, da Copa que proporcionou ao volante José Batista ser expulso aos 53 segundos de jogo contra a Escócia. Nem sujou a roupa...

A Dinamarca, de certa forma, também faz parte do rol das decepções. Fez aquela primeira fase de sonhos, derrotando todo mundo e sendo a sensação da Copa. Estava a ponto de bala pra ser aquele campeão perfeito e... me leva uma sapatada da Espanha de 5 x 1 daquelas de demitir técnico e abrir uma crise sem precedentes em qualquer time de futebol do mundo. Encheu 20 litros de leite e chutou o balde...

Mas Portugal merece um parágrafo a parte graças ao famoso Caso Saltillo. A história é a seguinte: os jogadores faziam propagandas de marcas esportivas pra Federação Portuguesa e não levavam um tostão no bolso e pra piorar as coisas, os "gênios" dos dirigentes decidiram fazer uma escála em Dallas, onde ficaram alguns dias discutindo onde a Seleção Portuguesa deveria ficar. Escolheram Saltillo como a sede da equipe. Lá chegando, os jogadores descobriram que o campo de treinamento era esburacado e horrível. Mas tiveram que treinar assim mesmo.
A zorra era tão grande que os jogadores eram entrevistados no MEIO dos treinos e não havia privacidade no hotel. Ganharam bem da Inglaterra e os jogadores então cobraram todos os prêmios atrasados dos dirigentes, que tinham prometido isso desde as Eliminatórias. Os dirigentes deram uma enrolada neles e os jogadores não tiveram escolha a não ser entrarem em greve. Não treinaram no dia seguinte e nos outros dias, viraram suas camisas em protesto contra essa atitude dos dirigentes. E logo aconteceu o que os jogadores mais temiam naquele campo horroroso. Num desses treinos, o bom goleiro Manuel Bento fraturou a perna ao pisar em um buraco e por causa disso, nunca mais conseguiu jogar futebol como antes. Toda essa balbúrdia deu no que tinha que dar. Uma eliminação prematura e um retrocesso na Seleção Portuguesa depois disso, onde vários jogadores daquela greve foram punidos duramente pelos dirigentes e somente "novatos obedientes" jogavam na Seleção. Tudo porque queriam os seus direitos como profissional respeitados...

Bom, sem mais o que falar, vamos a lista dos grandes artilheiros dessa Copa:

Com 6 Gols: Lineker (Inglaterra)

Com 5 Gols: Maradona (Argentina); Careca (Brasil); Butragueño (Espanha)

Com 4 Gols: Valdano (Argentina); Elkjaer-Larsen (Dinamarca); Altobelli (Itália); Belanov (União Soviética)

Com 3 Gols: Voller (Alemanha Ocidental); Ceulemans e Claesen (Bélgica); Jesper Olsen (Dinamarca)

Com 2 Gols: Allofs (Alemanha Ocidental); Burruchaga (Argentina); Scifo (Bélgica); Josimar e Sócrates (Brasil); Calderé (Espanha); Papin, Platini e Stopyra (França); Khairi (Marrocos); Quirarte (México); Cabañas e Romerito (Paraguai); Yaremchuk (União Soviética)

Com 1 Gol: Brehme, Matthaus e Rummenigge (Alemanha Ocidental); Djamel Zidane (Argélia); Brown, Pasculli e Ruggeri (Argentina); Demol, Vandenbergh, Vercauteren e Veyt (Bélgica); Edinho (Brasil); Guetov e Sirakov (Bulgária); Park Chang-Seon, Kim Jong-Boo, Huh Jung-Moo e Choi Song-Hoo (Coréia do Sul); Erikssen, Lerby e Michael Laudrup (Dinamarca); Strachan (Escócia); Eloy Olaya, Goikoetxea, Júlio Salinas e Señor (Espanha); Amoros, Fernandez, Genghini, Rocheteau e Tigana (França); Détari e Esterhazy (Hungria); Beardsley (Inglaterra); Ahmed Rhady (Iraque); Colin Clarke e Whiteside (Irlanda do Norte); Krimau (Marrocos); Flores, Hugo Sanchez, Negrete e Servín (México); Smolarek (Polônia); Carlos Manuel e Diamantino (Portugal); Aleinikov, Blokhin, Rats, Rodionov, Yakovenko e Zavarov (União Soviética); Alzamendi e Francescoli (Uruguai)

Gol Contra: Cho Kwang-Rae (Coréia do Sul) a favor da Itália

Notas da Copa: Foram marcados nessa Copa 132 gols em 46 jogos, com média de 2,54 por jogo. Uma média ruim...
O Canadá foi a única seleção a não marcar gols nessa Copa.
Nessa Copa, Papin, da França e Lineker, da Inglaterra marcaram respectivamente os gols de número 1200 e 1300 na história das Copas acertando uma bela cabeçada após um cruzamento da direita no caso de Papin e aproveitando uma jogada pela esquerda pra tocar pro fundo do gol no caso de Lineker.
E o próprio Lineker foi um dos quatro jogadores que chegaram ao hat-trick marcando três gols contra a Polônia. Os outros três foram: Elkjaer-Larsen (três gols contra o Uruguai), Belanov (três gols contra a Bélgica, que não salvaram os soviéticos do vexame de ir pra casa nas oitavas-de-final) e Butragueño (que caprichou e meteu quatro gols contra a Dinamarca). O "El Buitre" tava com muita fome de gols naquele dia...

Até a próxima, com a Copa de 1990, na Itália. Ciao!!!