terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Artilharia do Campeonato Brasileiro de 1971

Olá, pessoal!!!

Conforme o prometido desde o ano passado, iniciarei a partir de hoje a série contando sobre a história do Campeonato Brasileiro e suas artilharias.

Mas antes de contar essa história, terei que falar sobre a confirmação dos títulos brasileiros antes de 1971 dada pela CBF no ano passado, que a meu ver somente prejudica o trabalho dos pesquisadores e acaba confundindo a cabeça da maioria das pessoas, com exceção dos torcedores fanáticos e radicais que só falam palavrões e xingamentos contra esses mesmos pesquisadores que lutam contra tudo e todos para preservarem, além da realidade dos fatos, a história de todos os clubes e de um campeonato que traz emoções fortes a todos os brasileiros, mesmo aqueles que não gostam de futebol.

Portanto, recomendo aos torcedores fanáticos, radicais e ignorantes que só pensam em devastar patrimônios ou matar uma pessoa inocente somente porque ela torce por um clube diferente do seu, que não leiam esse post.

Agora, voltamos a história. Para entender melhor como o Campeonato Brasileiro surgiu, vamos ligar a nossa máquina do tempo e voltarmos a 1971 onde naquela época, a ditadura militar estava no auge e o presidente da época, Emílio Garrastazu Médici, era fanático por futebol a ponto de cancelar compromissos de trabalho para ligar o rádio e ouvir os jogos da Seleção Brasileira ou de outros times.

Preocupado com a falta de integração do país a seus projetos políticos e fustigado por guerrilhas em todos os lados, bem como aproveitar o máximo a conquista do tri-campeonato mundial obtido no ano anterior, que o presidente reuniu-se com a cúpula da então CBD e o presidente da CBD teve a idéia de fazer um verdadeiro Campeonato Brasileiro de Futebol que abarcasse todas as regiões do Brasil a terem os seus representantes já que até 1970, as Taças e Copas disputadas até então somente eram concentrados nas regiões Sudeste e Sul, onde esses clúbes participavam, com raras exceções de clubes nordestinos como o Bahia, que faturou uma das Taças Brasil em disputa, se não me engano em 1959. (por favor colegas baianos, me confirmem isso!!).

E foi assim numa conjunção de fatores políticos e esportivos que nasceu o Campeonato Brasileiro de Futebol que todos nós conhecemos hoje.

O primeiro ano teve 20 clubes que disputaram dois turnos na primeira fase, o primeiro dentro dos seus grupos e o segundo contra os do outro grupo. Depois, se dividiram em três grupos de quatro e o primeiro de cada grupo se classificaria para um triangular final.

E que teve um campeão justo e merecido que foi o Atlético Mineiro, cujo time havia jogadores como os Humbertos (Monteiro e Ramos), o lateral Oldair que tinha um faro de artilheiro, os bons atacantes Ronaldo e Romeu Cambalhota e principalmente o artilheiro Dádá Maravilha, um jogador de pouca técnica mas de grande objetividade em fazer gols tanto com a cabeça quanto com os pés comandados pelo brilhante técnico Telê Santana que faria uma bela história no futebol brasileiro.

Os outros dois times que participaram do Triangular, o São Paulo e o Botafogo também tiveram um belo desempenho em 1971 e tinham também seus craques de bola. O São Paulo tinha um tremendo atacante que aterrorizava os goleiros na época que era o Toninho Guerreiro e além dele tinha ótimos jogadores como o atacante Terto, o lateral Forlan (pai do atacante Diego Forlán) e o zagueiro Jurandir.
Já o Botafogo tinha quase uma seleção de bons de bola ou cobras, como era chamado o craque na época como os atacantes Jairzinho e Roberto Miranda e o zagueiro Brito cuja punição devido a agressão ao juíz acabou prejudicando a equipe na reta final do campeonato.

Quanto aos demais clubes, tiveram altos e baixos nessa competição. Os paulistas foram de razoável a boa, todos eles chegaram perto do triangular com exceção da Portuguesa, que não teve um bom desempenho.
E que tinham seus jogadores muito bons também como César Maluco e Fedato no Palmeiras que fariam furor no ano seguinte, Rivelino e Mirandinha no Corinthians e Mazinho e Dicá (sim, aquele mesmo que faria sucesso na Ponte Preta) no Santos. Quanto a Pelé, seu desempenho foi bastante apagado em 1971 onde somente fez um gol, mas pra tristeza dos corintianos, foi contra eles que isso aconteceu com uma bela cobrança de falta.

Os gaúchos tiveram um belo desempenho também. Tanto Internacional como Grêmio quase chegaram ao Triangular mas patinaram na hora H. No Inter tinha bons jogadores como Paulo César Carpeggiani, Valdomiro e Claudiomiro e no Grêmio tinha o atacante Flecha e o argentino Scotta como bons jogadores, bem como Loivo e Torino.

Já a grande surpresa desse campeonato veio do Paraná. O Coritiba que veio sem alarde, fez uma boa campanha nas fases iniciais e por pouco não chegou lá. Mas revelou bons jogadores como Paquito e Tião Abatiá.

Os outros clubes mineiros tiveram campanhas distintas. O Cruzeiro, apesar de ter um belo time em 1971 onde despontava jogadores como Perfumo, Tostão e Wilson Piazza, por muito pouco não se juntou ao seu rival no triangular final e o América MG mostrou um fraco desempenho e caiu fora na primeira fase.

E por fim, os cariocas. O Fluminense e o Vasco fizeram boas campanhas na medida do possível chegando bem longe naquele ano sendo que nesse último, revelou-se o maior artilheiro da história dos Brasileiros, Roberto Dinamite.

O curioso é que ele ganhou esse apelido depois de um jogo contra o Internacional na Segunda fase onde entrou no segundo tempo, jogou uma barbaridade e marcou um belo gol em sua especialidade, o seu chute forte e potente.

Já a grande decepção desse campeonato foi o Flamengo, que teve sérios problemas no ataque e que a equipe como um todo teve fraco desempenho sendo o único dos grandes a ficar de fora da Segunda Fase. Pois é, nem o jovem Zico salvou dessa vez...

Bom, agora sem mais delongas, vamos aos artilheiros:

Com 15 Gols: Dadá Maravilha (Atlético MG)

Com 11 Gols: Mirandinha (Corinthians)

Com 10 Gols: Rivelino (Corinthians); Toninho Guerreiro (São Paulo)

Com 9 Gols: Roberto Miranda (Botafogo); Tião Abatiá (Coritiba); Tostão (Cruzeiro); César Maluco (Palmeiras); Mazinho (Santos)

Com 7 Gols: Oldair (Atlético MG); Cabinho (Portuguesa); Terto (São Paulo)

Com 6 Gols: Caio Cambalhota e Paraguaio (América RJ); Luciano (Santa Cruz)

Com 5 Gols: Jairzinho (Botafogo); Dirceu Lopes (Cruzeiro); Flecha e Scotta (Grêmio); Claudiomiro, Sérgio Galocha e Valdomiro (Internacional)

Com 4 Gols: Lola e Ronaldo (Atlético MG); João Daniel (Bahia); Paulo César (Botafogo); Leocádio e Paquito (Coritiba); Lima (Cruzeiro); Árlem (Internacional); Ademir da Guia, Leivinha e Luís Pereira (Palmeiras); Edu (Santos); Vanderlei (Sport); Dé e Ferreti (Vasco)

Com 3 Gols: Antônio Carlos, Edu Coimbra, Sérgio Lima e Tarciso (América RJ); Romeu Cambalhota (Atlético MG); Baiaco e Caldeira (Bahia); Vítor (Ceará); Rodrigues Neto e Samarone (Flamengo); Jeremias (Fluminense); Loivo e Torino (Grêmio); Betinho, Ramón e Valfrido (Santa Cruz); Dicá (Santos); Buglê (Vasco)

Com 2 Gols: Amauri, Dirceu Alves e Hélio (América MG); Humberto Ramos (Atlético MG); Carlinhos (Bahia); Silva e Zequinha (Botafogo); Adãozinho, Aladim, Pedrinho, Suingue e Vaguinho (Corinthians);  João Ribeiro, Perfumo e Roberto Batata (Cruzeiro); Rogério e Zico (Flamengo); Ivair e Jair (Fluminense); Alcindo (Grêmio); Benê, Braulio e Land (Internacional);
Fedato e Héctor Silva (Palmeiras); Dirceu e Tatá (Portuguesa); Davi (Santos); Carlos Alberto, Everaldo e Zé Roberto (São Paulo); Gijo (Sport); Adilson (Vasco)

Com 1 Gol: Dário, Jair Bala, Julinho e Zé Carlos Generoso (América MG); Badeco, Tadeu Ricci e Zé Carlos (América RJ); Pedrilho, Spencer, Vanderlei Paiva e Zé Maria (Atlético MG); Eliseu e Santa Cruz (Bahia); Careca, Didinho, Nei Oliveira, Paulo César Caju e Tuca (Botafogo); Magela (Ceará); Caíto e Tião (Corinthians); Hermes, Negreiros, Reinaldinho e Rinaldo (Coritiba); Baiano, Eduardo Amorim, Evaldo e Zé Carlos Bernardo (Cruzeiro); Arílson, Fio Maravilha e Tinteiro (Flamengo); Cafuringa, Lula, Marco Antônio e Silveira (Fluminense); Joãozinho e Selmar (Grêmio); Edson e Paulo César Carpeggiani (Internacional); Edu Bala e Eurico (Palmeiras); Basilio, Luisinho, Marinho Perez e Piau (Portuguesa); Eberval (Santa Cruz); Antônio Lima, Jáder, Laírton, Léo Oliveira, Nenê e Pelé (Santos); Gerson, Pablo Forlan e Teodoro (São Paulo); César, Duda e Ubaldo (Sport); Roberto Dinamite e Rodrigues (Vasco)

Com 2 Gols Contra: Jurandir (São Paulo) a favor do Fluminense e do Coritiba respectivamente.

Com 1 Gol Contra: Grapete e Humberto Monteiro (Atlético MG) a favor do Santa Cruz e do Sport respectivamente.
Zé Maria (Corinthians) a favor do América MG
Detinho (Santa Cruz) a favor do Grêmio
Almir e Fraga (Sport) a favor do Coritiba e do Ceará respectivamente.
Miguel (Vasco) a favor do Internacional

Notas do Brasileirão: Foram marcados 419 gols em 229 jogos tendo a média de 1,83 por partida. Se preocupavam mais em dependurar-se na trave do que fazer gols...
O gremista Scotta foi o autor do primeiro gol da história dos Brasileiros contra o São Paulo.
E Detinho, do Santa Cruz, foi o primeiro goleiro a marcar um gol contra na história dos Brasileiros ao soquear a bola para dentro das redes no jogo contra o Grêmio.
E em relação aos hat-tricks, somente houve um jogador a fazê-lo nesse campeonato: foi o atacante João Daniel, do Bahia que marcou três gols contra o Ceará.

Bem, é isso aí. Se gostaram, comentem na seção de comentários e até me corrijam de algum eventual erro que aparecer aí.

Até a próxima com o Campeonato Brasileiro de 1972.

2 comentários:

Jorge Costa disse...

Amigo Mário
Que bom ter voltado as postagens, agora com as artilharias do Campeonato Brasileiro. Abraços

diborsato disse...

Bem legal o seu blog, da uma passada la no meu

http;//www.diborsato.blogspot.com

abraço