Roooonnnnccc...ZZZZZZZZZZZZZZZZZZ...
hum, hâ, o quê...
Olá, pessoal!!!!
Chegamos a nossa décima-quarta Copa do Mundo, realizada na Itália em 1990. Bom, pelo menos 24 seleções e muitos jogadores entraram em campo e "fingiram" que jogaram e o público "fingiu" assistir e se empolgar a cada, digamos, "bela jogada" dos "grandes "craques.
Se pudesse dizer uma coisa sobre essa Copa, seria a mais sonífera de todas. Acho que muitos de nós, eu incluso com os meus 14 anos na época, bocejavamos a cada partida disputada, que eram de doer a maioria das vezes.
E que tinha um roteiro que todas (ou quase todas) as seleções cumpriam a risca: O zagueiro tocava a bola pro lateral e o lateral carimbava a bola. Por sua vez, o lateral passava a bola pro outro lateral e o outro lateral ensebava a bola e logo tocava pro goleiro que a ensebava também. Aí, o goleiro depois de carimbar a bola, lançava pro outro zagueiro e começava tudo de novo. E os pobres dos atacantes que se ferrem lá na frente esperando uma bola boa, um lançamento longo ou uma jogada bem trabalhada, que quase sempre nunca acontecia.
Foi tanta decepção mas tanta decepção que fica difícil escolher algum destaque dessa Copa. Poderiamos dizer que a Alemanha Ocidental mereceu o título por ser abnegada, raçuda e tinha alguns oásis nesse "deserto" de talentos que essa Copa apresentou. Como Matthaus, Voller e o jovem Jurgen Klinsmann que destacou-se bem em sua primeira Copa do Mundo. Poderiamos dizer que os Camarões foram os únicos a fazerem parte do movimento "Joga Bonito" nessa Copa, liderados por um cara que já estava aposentado do futebol naquele ano, Roger Milla. Que só foi chamado por um certo Paul Biya que era nada mais nada menos que o presidente do país!!! É moral mesmo...
Poderiamos dizer que a Colômbia até que fez uma bela Copa, com bons jogadores como Valderrama e Rincón e o folclórico René Higuita, o showman daquela Copa, com suas defesas de cabeça e com suas saídas como líbero, querendo driblar todo mundo. E em uma dessas, fez uma das maiores trapalhadas da História das Copas ao tentar um drible em Roger Milla e perder a bola para o camaronês fazer o gol da classificação. Matou a Colômbia e foi dançar lambada na bandeirinha de escanteio...
Com muita vontade, poderíamos dizer que a Itália estava razoável nessa Copa só por causa do Roberto Baggio, vamos ser francos. O garoto jogou o fino em sua primeira Copa e foi um dos pouquíssimos talentos a se salvarem na Copa, dando o seu cartão de visitas naquele golaço contra a Tchecoslováquia. E teve um jogador que era o "gato borralheiro" dessa Copa, nela virou um "Cinderelo" matador e goleador e após isso, voltou a ser o "gato borralheiro". Este se chama Salvatore Schillaci, vulgo Totó. Veio, viu e venceu. (a Artilharia, não o título).
A Inglaterra até que vai lá, chegou em um bom quarto lugar mas cá pra nós, o único que se salvou foi o Lineker com seus gols. O resto bocejou. O Platt talvez, com muito boa vontade e o Gascoigne só é lembrado pelo chororô das semifinais contra a Alemanha quando levou o segundo amarelo. Tenha dó...
Quanto ao Brasil, que medonhice que foi essa Copa, cara. Primeiro, o técnico Sebastião Lazaroni, (aquele mesmo que fez uma declaração idiota dizendo que o Brasil de Pelotas jogou dopado no Gauchão de 1998 contra o Grêmio por causa da equipe pelotense ter jogado bem naquele dia) me inventa de jogar com alas e líbero achando que era o ideal. Depois, o grupo se desuniu por causa do dinheiro dos prêmios que a Pepsi ia dar, mas voltou atrás. Até teve aquela cena dantesca de cobrir o distintivo da Pepsi com a mão na hora das fotos. Nos jogos da Primeira Fase, as atuações foram de doer e de dormir. E quando finalmente a equipe resolveu jogar bola, perdeu uma miríade de chances de gol com bolas na trave e o Goycochea pegando tudo e em um ataque certeiro do Cannigia aproveitando um passe do "Saci" Maradona, perdeu o jogo e a vaga. O Muricy Ramalho tinha razão, a bola pune mesmo...
A Argentina merece mesmo um parágrafo a parte. Começou tão mal a Copa que por pouco não ficou de fora, mas com a entrada do Goycochea no gol a Argentina surpreendentemente melhorou nas fases decisivas e aos trancos e barrancos, conseguiu chegar á final graças as defesas de pênalti do goleiro e das poucas jogadas de genialidade do "Saci" Maradona que estava com o tornozelo ferrado e com os nervos a flor da pele. Pena que na final, não chegaram lá porque levaram um gol de pênalti no mínimo duvidoso. Bem, amigos, pelo menos no mundo do futebol os sacis são reais e até decidem partidas e campeonatos....
E a Holanda, hein? Veio com uma dupla de craques (Gullit e Van Basten) que fariam a diferença e com uma equipe técnica capaz de ser o primeiro do grupo. Que Nada!!! Conseguiu só três empates insossos e ainda tomaram junto com os irlandeses (que chegaram longe sem ganhar de ninguem e só fizeram dois gols) uma bronca do juíz Michel Vautrot porque resolveram todo mundo ficar dependurado na trave e criar trincheiras na defesa. E o juíz então parou o jogo e pediu para que os dois times atacassem de uma vez. Mas fizeram ouvido de mercador e a decisão do segundo lugar teve que ir pra sorteio. E a Holanda perdeu o sorteio, o jogo contra a Alemanha Ocidental, a vaga para as quartas-de-final e a dignidade. A bola pune II, a Missão....
E depois de tantas "besteiras" que falei (é lamentável dizer isso, mas foi isso que aconteceu em 1990, um festival de besteiras, bocejos, e muitos ZZZZS) vamos aos artilheiros antes que eu durma de novo com essa Copa:
Com 6 Gols: Schillaci (Itália)
Com 5 Gols: Skuhravy (Tchecoslováquia)
Com 4 Gols: Matthaus (Alemanha Ocidental); Roger Milla (Camarões); Michel (Espanha); Lineker (Inglaterra)
Com 3 Gols: Brehme, Klinsmann e Voller (Alemanha Ocidental); Platt (Inglaterra)
Com 2 Gols: Caniggia (Argentina); Careca e Muller (Brasil); Redin (Colômbia); Roberto Baggio (Itália); Jozic, Pancev e Stojkovic (Iugoslávia); Balint e Lacatus (Romênia); Bilek (Tchecoslováquia)
Com 1 Gol: Bein e Littbarski (Alemanha Ocidental); Burruchaga, Monzón e Troglio (Argentina); Ogris e Rodax (Áustria); Ceulemans, Clijsters, De Wolf, Degryse, Scifo e Vervoort (Bélgica); Ekéké, Kunde e Omam-Biyick (Camarões); Rincón e Valderrama (Colômbia); Kwang Hwang-Bo (Coréia do Sul); Cayasso, Roger Flores, Ronald González e Médford (Costa Rica); Abdelghani (Egito); Khalid Mubarak e Jumaa (Emirados Árabes Unidos); Johnston e McCall (Escócia); Gorriz e Júlio Salinas (Espanha); Caligiuri e Murray (Estados Unidos); Gullit, Kieft e Ronald Koeman (Holanda); Wright (Inglaterra); Quinn e Sheedy (Irlanda); Gianinni e Serena (Itália); Prosinecki e Susic (Iugoslávia); Brolin, Ekstrom e Stromberg (Suécia); Hasék, Kubik e Luhovy (Tchecoslováquia); Dobrovolski, Protasov, Zavarov e Zigmantovich (União Soviética); Bengoechea e Fonseca (Uruguai)
Notas da Copa: Foram marcados nessa Copa apenas 115 gols em 52 jogos, com média de 2,2 por jogo, a mais baixa de todas. Fato rápido: mais da metade dos gols (52) foi feito de bola parada, provando que a Copa foi mesma de doer....
Mas mesmo assim houve história nessa Copa: o sueco Ekstrom marcou o gol de número 1400 na história das Copas aproveitando um rebote do goleiro costarriquenho Conejo e colocando a bola na rede.
A Rússia, a Inglaterra e a Iugoslávia (atual Sérvia) chegaram ao gol de número 50 nessa Copa marcados por Protasov contra Camarões aproveitando um lançamento e chutando no canto de N´Kono, por Platt contra a Bélgica aproveitando uma rebatida da zaga em cobrança de falta e tocando no canto direito de Preud´Homme e por Susic contra os Emirádos Árabes Unidos marcando de cabeça após um cruzamento da esquerda respectivamente.
E também, mesmo com todo o defensivismo covarde, teve hat-trick, sim senhor. E foram dois os heróis desse feito: Michel, da Espanha (três gols contra a Coréia do Sul) e Skuhravy, da Tchecoslováquia (três gols contra a Costa Rica). Um fato interessante no hat-trick do tcheco, chamado, na época, pela força física e pelo bom cabeceio de "Rambo Aéreo": todos os gols dele foram de cabeça.
Bem, até a próxima, com a Copa de 1994, nos Estados Unidos. Until next time and good night!!!!!
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