Olá, Pessoal!!!
A Nossa Série sobre a Copa do Mundo chega a sua nona edição, que se realizou em 1970, no México. Se pudessemos descrever essa Copa em uma só palavra seria inesquecível.
Sim, meus amigos!!! Em um só lugar foram reunidos todos os grandes craques do século e cada seleção tinha no mínimo um herói ou uma história legal pra contar.
Teve momentos mágicos protagonizados pela Seleção Brasileira com seu irresistível Quarteto Mágico: Jairzinho com sua vontade, Tostão com sua inteligência, Pelé com seus quase-gols (sim, é verdade, não é lembrado pelos gols que fez mas pelo que NÃO fez) e Rivelino com suas patadas atômicas, ajudados ainda pelos lançamentos milimétricos de Gerson e pela vitalidade de Clodoaldo. E sem falar em Carlos Alberto Torres, o Capitão do Tri com sua liderança natural.
Bem, todos aí com certeza lembrarão no mínimo de um lance dessa mágica seleção brasileira e ficaria difícil de descrever tantas jogadas maravilhosas em tão poucas linhas. Mas descrevo uma jogada bela e coletiva, que foi o quarto gol contra a Itália, onde a bola foi de pé em pé até chegar a Pelé que deu um passe "meio displicente" mas que Carlos Alberto Torres soube transformar essa "displicência" em um belo gol.
Teve momentos de superação, que foram construídos de diversas maneiras. Um deles foi no jogaço entre Itália x Alemanha Ocidental onde nele o Beckenbauer teve que jogar com o ombro imobilizado. Mesmo assim, liderou o time em uma espetacular reação na prorrogação que só foi parada no final com um gol de Rivera no finalzinho do jogo. Além dele, havia também outros bravos heróis como Uwe Seeler, que já não fazia tantos gols como antes mas tornou-se um ótimo passador, Overath, que tornava-se uma realidade e um novo artilheiro que surgiu nessa Copa, rápido e com boa colocação para finalizar para a rede, Gerd Muller.
Outro exemplo de superação foi da Seleção Uruguaia. Perdeu o seu herói Pedro Rocha na estréia por lesão, passou um sufoco danado contra a União Soviética sendo salvo pelo herói Esparrago, que marcou de cabeça no finzinho e só caiu para um Brasil que queria vingança pela derrota de 1950 em sua casa que foi feito com juros e correção monetária.
Vingança que também marcou a Seleção Inglesa. Só com a diferença que eram os vilões nesse episódio. Foram vaiados incessantemente pelos mexicanos e tiveram a perda de seu herói Banks nesse jogo da vingança que citei. Ele fora derrotado por uma intoxicação alimentar que o fez, digamos, ficar muito tempo na privada e seus companheiros foram derrotados pelos alemães, sedentos de vingança por aquele célebre "gol fantasma" da Copa anterior. E para desespero destes, não havia apito amigo, bandeirinha benevolente ou o Winston Churchill pra ajudar.
Mas Banks teve seu momento heróico com aquela defesa milagrosa no jogo contra o Brasil. Perguntem a qualquer goleiro do mundo qual defesa que eles mais sonhavam em fazer e com certeza responderão em uníssono: a defesa de Banks.
Houve também os italianos, com seus heróis Riva e Rivera que demoraram um pouco para pegarem no breu, mas quando isso aconteceu, os gols decisivos vieram e levaram a Itália para a final da Copa, os mexicanos que revelaram um bom time de heróis quase anônimos que levaram a seleção a ficar entre os oito primeiros, os peruanos liderados pelo seu herói Cubillas que fizeram um belo papel na Copa inclusive dando um susto no Brasil nas quartas-de-final e também - por que não? - israelenses e marroquinos que fizeram história com seus desconhecidos heróis. Os primeiros porque arrancaram dois empates valorosos contra os fortes suecos e italianos e os marroquinos porque marcaram o primeiro ponto africano em Copas do Mundo. Só uma curiosidade interessante sobre os israelenses: eram um verdadeiro time de heróis amadores, que havia um mecânico, um eletricista, um contador e um lapidador de diamantes que jogavam nessa seleção, entre outras profissões que os demais jogadores exerciam.
Talvez quem decepcionou um pouco foi a Tchecoslováquia, onde seus heróis não mostraram coragem pra vencer e a Bulgária, onde o técnico mostrou covardia no jogo contra o Marrocos, recuando o time pra segurar o resultado. Deu no que deu...
Sem mais delongas, vamos aos heróis goleadores que deixaram a sua marca na Copa dos Sonhos:
Com 10 Gols: Gerd Muller (Alemanha Ocidental)
Com 7 Gols: Jairzinho (Brasil)
Com 5 Gols: Cubillas (Peru)
Com 4 Gols: Pelé (Brasil); Byschovets (União Soviética)
Com 3 Gols: Seeler (Alemanha Ocidental); Rivelino (Brasil); Riva (Itália)
Com 2 Gols: Lambert e Van Moer (Bélgica); Tostão (Brasil); Boninsegna e Rivera (Itália); Valdívia (México); Gallardo (Peru); Dumitrache (Romênia); Petrás (Tchecoslováquia)
Com 1 Gol: Beckenbauer, Libuda, Overath e Schnellinger (Alemanha Ocidental); Carlos Alberto Torres, Clodoaldo e Gérson (Brasil); Bonev, Dermendjiev, Jetchev, Kolev e Nikodimov (Bulgária); Clarke, Hurst, Mullery e Peters (Inglaterra); Spiegler (Israel); Burgnich e Domenghini (Itália); Ghazuani e Houmane (Marrocos); Basaguren, Fragoso, Gonzalez e Peña (México); Challe e Chumpitaz (Peru); Dembrowski e Neagu (Romênia); Grahn e Turesson (Suécia); Asatiani e Hmelnitski (União Soviética); Luis Cubilla, Esparrago, Maneiro e Mujica (Uruguai)
Gol Contra: Peña (México) a favor da Itália.
Notas da Copa: Foram marcados nessa Copa do Mundo 95 gols em 24 jogos com média de
2,97 gols por jogo. Melhorou um pouquinho...
O gol de cabeça de Pelé contra a Itália valeu dois registros: foi o gol de número 100 do Brasil na História das Copas e ele tornou-se o segundo jogador a fazer gols em duas finais de Copa do Mundo.
E nessa Copa também foi estabelecido um feito que persiste até hoje, a de um jogador fazer gols em quatro Copas do Mundo. Aliás, foram dois, Pelé e Uwe Seeler. O interessante é que o Pelé foi o primeiro jogador a marcar gols em três Copas do Mundo em 1966 e o Seeler foi o primeiro jogador a marcar gols em quatro Copas do Mundo em 1970. E tudo por uma diferença de apenas quatro minutos entre os dois gols. Seeler fez seu gol aos 11 do segundo tempo contra o Marrocos e Pelé fez seu gol aos 15 do segundo tempo contra a Tchecoslováquia. Coisa de reis...
E Gerd Muller deixou três registros muito importantes: foi dele o gol número 800 da História das Copas marcado contra a Bulgária de cabeça aproveitando um cruzamento da direita, fez os dois únicos hat-tricks nessa Copa contra a Bulgária e o Peru, sendo que um deles foi o gol histórico citado acima e finalmente foi o terceiro jogador a chegar a marca dos 10 gols em uma só Copa do Mundo. O primeiro foi Sandor Kocsis em 1954 e o segundo foi Just Fontaine, em 1958 e até hoje somente esses três chegaram a essa marca.
Nessa Copa também, Jairzinho tornou-se o segundo jogador campeão do mundo a marcar gols em todos os jogos de sua seleção.
El Salvador não marcou gols nessa Copa. Mal sabiam eles que o pior ainda estava por vir...
Até a próxima, com a Copa de 1974, na Alemanha (então chamada de Alemanha Ocidental).
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