Bentancor começou sua carreira no Danúbio, de Montevidéu. Em 1947, aos 17 anos, estreou entre os aspirantes do clube, mas no fim deste mesmo ano foi promovido à equipe principal, onde ajudou o Danúbio a conquistar o título da 2ª divisão.
Fez parte do histórico plantel danubiano que debutou na 1ª divisão e, um ano depois, já se consolidaria como o principal artilheiro da equipe.
Em seus dez anos de Danúbio, disputou mais de 280 partidas, foi vice-campeão uruguaio em 54 e protagonizou a partida de inauguração do estádio do clube.
Neste ínterim, foi pré-convocado para a Seleção Uruguaia que disputou a Copa de 50, sendo cortado ainda na fase de treinamentos. Como era jovem, ainda teria muitas oportunidades de vestir a camisa celeste, como de fato ocorreu, no Sul-Americano de 53.
Após uma breve passagem pelo Wanderers, também da capital uruguaia, Bentancor, já com 29 anos, recebeu um convite de um amigo que era árbitro contratado da Federação Pernambucana. A diretoria do Sport pedira sua ajuda para contratar um jogador internacional, de preferência goleador e com muita raça, característica peculiar à maioria dos jogadores que fizeram sucesso no Sport. Bentancor encaixava-se perfeitamente neste perfil.
Assim, em 59, Bentancor chega ao Recife para reforçar o Sport, onde encerraria a carreira em 63, aos 33 anos. Antes da aposentadoria, deixaria maravilhada a torcida rubro-negra com seu espírito de liderança e seus toques de classe no meio-de-campo e ataque. Já não tinha mais o ímpeto goleador que o fizera famoso em terras uruguaias, mas tornara-se o "cérebro" da equipe do Sport. Todas as jogadas ofensivas passavam por seus pés.
Com Bentancor no plantel, o Sport sagrou-se bicampeão pernambucano em 61 e 62 e campeão Norte-Nordeste em 63. Em decorrência deste título interestadual, o então presidente da CBD, João Havelange, designou o Sport como representante brasileiro no Torneio de Nova Iorque, quando os rubro-negros ficaram na 3ª colocação, enfrentando equipes de 1ª divisão em seus países, tais como o Oro (campeão mexicano), West Ham United (Inglaterra), Kilmarnock (Escócia), Mantova (Itália) e Munster (Alemanha).
Neste mesmo ano, resolveu "pendurar as chuteiras" e foi convidado a dirigir o plantel do Sport. No ano seguinte, foi para o Central de Caruaru e continuou a sua carreira de treinador em outros clubes brasileiros, como América do Recife, Treze de Campina Grande e Vitória da Bahia.
Regressando a Montevidéu, no final da década de 70, foi convidado a treinar a Seleção Uruguaia de Juniores, conquistando dois títulos sul-americanos e participando de dois mundiais da categoria. Largou o futebol em 88.
Em pesquisa realizada pela revista Placar, uma das mais prestigiosas do país, foi eleito o melhor jogador do Sport em todos os tempos.
Um comentário:
Certamente,Raul Bentancor é um dos maiores jogadores da história do Sport.Agradeçemos de todo coração a esse jogador pelo muito que fez pelo nosso amado Sport Club do Recife.Bentancor ETERNO!
Postar um comentário