Paulo Nunes, Dinho e um tal Felipão? Deu a lógica!
Em 1996, Inter e Grêmio se enfrentaram em situações totalmente distintas pelo Campeonato Brasileiro. Estádio Beira-Rio, chuva forte, grande público. Campeão da Libertadores no ano anterior, o Grêmio era um time temível, com jogadores de alto nível como Émerson, Adílson, Arce e Paulo Nunes, enquanto um esforçado Inter se debatia na temporada. Apenas Gamarra, André e Leandro destoavam da mediocridade colorada. Para piorar, bastava olhar o banco de reservas: Luiz Felipe Scolari no tricolor, Nelsinho Batista no colorado.
Sabem aquela história de "Davi vs. Golias", do mais fraco vencer? Pois é, esqueçam! Obviamente o Grêmio venceu e bem! No primeiro tempo só deu Grêmio, que saiu na frente com um golaço de meia-bicicleta de Paulo Nunes, talvez um dos mais bonitos marcados pelo tricolor em clássicos. Comandado por Dinho e Goiano no meio-campo, com Carlos Miguel e Arce armando jogadas, o tricolor foi muito superior na etapa inicial. Já o Inter fazia atuação medíocre, repetindo jogos anteriores, com dificuldades em todos os setores.
No intervalo, o Colorado mudou de atitude, lutou bastante e empatou com Murilo. Porém Dinho, cobrando falta com violência, decidiu a partida em favor do Tricolor aos 30 minutos. No final, uma blitz colorada que parou em uma grande atuação de Danrlei. Ele havia sido vaiado quatro dias antes em um jogo contra o Vélez Sarsfield na Supercopa mas se recuperou com estilo, fechando o gol tricolor. Final, Internacional 1x2 Grêmio em pleno Beira-Rio.
Portanto, um filme de final previsível: vim, vi e venci. Muito mais talentoso e organizado, o Tricolor ganhou em pleno Beira-Rio e seguiu rumo à segunda fase. Já com o Inter aconteceu o inverso: depois de estar em 17º, o time reagiu e encarreirou vitórias sob o comando de Elias Figueroa. Porém no final, o melhor prevaleceu e o Grêmio foi campeão brasileiro batendo a surpreendente Portuguesa, enquanto o Inter terminou em um modesto 9ºlugar. Naquele tempo, o melhor time do Brasil era gaúcho. E azul.
INTERNACIONAL (RS) 1 X 2 GRÊMIO (RS)
Data: .......
Campeonato Brasileiro
Local: Beira-Rio (Porto Alegre)
Árbitro: Carlos Elias Pimentel (RJ)
Público: 39.621
Renda: R$ 491.200,00
Cartão Amarelo: Leandro, Arílson, Adílson e Arce
Cartão Vermelho: Carlos Miguel
Gols: Paulo Nunes 05/1º; Murilo 07 e Dinho 21/2º
INTERNACIONAL: André, César Prates, Tonhão, Gamarra e Arílson; Fernando, Enciso (Luis Gustavo), Marcelo e Murilo (Yan); Fabiano (Fabinho) e Leandro /Técnico: Nelsinho Batista
GRÊMIO: Danrlei, Arce, Luciano, Adílson e Roger; Dinho, Goiano, Aílton (Emerson) e Carlos Miguel; Paulo Nunes (João Antônio) e Saulo (Zé Alcino) / Técnico: Luiz Felipe Scolari
As maiores vitórias interestaduais do Palestra haviam sido, até então, sobre o América carioca, Vasco e Botafogo, Nenhuma comparável a esta contra o time de Flávio Costa, “O Divino Mestre” Domingos da Guia e o homem-borracha da Copa de 38, Leônidas da Silva. Ou melhor, o Diamante Negro. A partida foi histórica, não só pelos talentos reunidos na cancha da Av. Paraopeba, como também pelo juiz, o nº 1 do país, Mário Vianna (“com dois enes!”, ele gritaria, anos a fio, ao virar comentarista). Pois bem, este juiz notável deu um pênalti duvidoso a favor do Fla logo no início e ainda expulsou Caieira, autor da falta. Mas, voltou atrás, talvez, acometido por uma súbita dor de consciência. O beque tricolor (o Palestra trocara a camisa verde com punhos vermelhos por um modelo tricolor com largas listas horizontais verdes e vermelhas separadas por outras, finas, brancas) permaneceu em campo, impediu Zizinho de marcar gols e ainda fez o seu, de pênalti, no final. Uma foto desse jogo, com Niginho e Domingos (uniforme branco com listras horizontais vermelha e preta à altura do peito) tem de compor o acervo de um futuro memorial do Cruzeiro. Agora, o mais relevante: essa vitória espetacular injetou nos palestrinos a confiança de que precisavam para quebrar, 3 meses depois, o jejum de 9 anos sem o título mineiro.
PALESTRA ITÁLIA (MG) 4 × 2 FLAMENGO (RJ)
Data: 29/09/1940
Amistoso Interestadual
Local: Barro Preto / Belo Horizonte
Árbitro: Mario Gonçalves Vianna
Expulsões: Pichim e Alcides Lemos
Gols: Jarbas pênalti 08, Carlos Alberto 18, Niginho 39/1º; Djardes 11, Caxambu 16, Caieira de pênalti 31/2º
PALESTRA: Geraldo II, Caieira e Bibi; Souza, Juca e Caieirinha; Nogueirinha, Geraldino, Niginho, Carlos Alberto e Alcides Lemos (Djardes) / Técnico: Bengala
FLAMENGO: Walter, Domingos da Guia e Marin; Pichim (Renato), Volante (Jocelino) e Artigas; Armandinho, Zizinho, Caxambu, Waldyr e Jarbas / Técnico: Flávio Costa
O campeão dos campeões
Hoje, a expressão faz parte do próprio hino do clube. Mas quando e por que o Corinthians passou a ser chamado de “campeão dos campeões”? Era apenas um amistoso interestadual, um desafio entre Corinthians e Vasco, campeões paulista e carioca. No primeiro confronto, no Parque São Jorge, vitória por 4 a 2 com gols de Filó (dois), De Maria e Gambinha. Na partida de volta, em São Januário, ia dando Vasco, 2 a 0. Mas só até os 27 minutos do segundo tempo, quando falou mais alto outra tradição: a virada corinthiana. De Maria, Peres e Gambinha marcaram uma vez cada e, no fim, a vitória valeu o título honorário de Campeão dos Campeões do Brasil.
CORINTHIANS (SP) 3 x 2 VASCO DA GAMA (RJ)
Data: 23/02/1930
Taça Apea
Gols: De Maria, Peres e Gambinha; .......,......
CORINTHIANS: Tuffy; Rafael e Del Debbio; Nerino, Guimarães e Munhoz; Filó, Peres, Gambinha, Rato e De Maria. Técnico: Virgílio Montarini.
VASCO DA GAMA: Waldemar; Itália, Brilhante; Tinoco, Fausto e Mola; Paschoal, Paes, Russinho, Mário Mattos e Bahiano.
Em 1957, Vasco se despediu do Carioca vencendo América por 4 a 3
Vasco e América se despediram do Campeonato Carioca de 1957 fazendo um jogo de muitos gols no Maracanã. O time cruzmaltino venceu por 4 a 3 em partida que aconteceram muitas viradas. O Vasco saiu na frente com Sabará, mas Alarcon marcando duas vezes virou para o América ainda no primeiro tempo. Logo em seguida, Almir empatou para os cruzmaltinos. Na etapa complementar os gols aconteceram em curto espaço de tempo. João Carlos colocou novamente o América em vantagem mas Rubens e Almir viraram para os vascaínos.
VASCO DA GAMA (RJ) 4 X 3 AMÉRICA (RJ)
Data: 21/12/1957
Campeonato Carioca
Local: Estádio do Maracanã / Rio de
Juiz: Gomes Sobrinho
Gols: Sabará, Rubens, Almir (2); Alarcon (2),João Carlos
AMÉRICA: Pompéia, Rubens, Édson, Amaro, Romeiro, Hélio, Canário, Alarcon, Leônidas, João Carlos e Ferreira.
VASCO DA GAMA: Carlos Alberto, Paulinho, Bellini, Écio, Orlando, Coronel, Sabará, Almir, Wilson Moreira, Rubens e Pinga.
Efetuado no ground da praça Serzedello Corrêa, a partida principal da tarde decorreu otimamente. Duas organizações de forças equivalentes se encontraram, não havendo vencedor nem vencido.
O empate verificado, se bem que pode-se dizer por obra do caso – como veremos adiante – não diz bem do que foi o desenrolar da pugna.
É justo salientar que ambos os elevens desenvolveram ótimo jogo, revelando boas condições de forma e prometendo muito no decurso do campeonato que ontem se iniciou.
As defesas agiram bem, sendo os ataques prejudicados em parte pela falta de homogeneidade de que se ressentiram os remates finais.
Em duas fases bem distintas foi dividida a prova principal. A primeira em que se salientou o Bangu, tendo ambos os conjuntos perdido as melhores oportunidades para vencer, nada conseguindo. Na segunda fase notou-se bem acentuada reciprocidade de reação, tendo o Andarahy conseguido com esforço o seu ponto. Quando, porém, já se contava como certa a sua vitória, o seu adversário, de maneira a causar surpresa, conquistou o ponto de empate.
BANGU (RJ) 1 x 1 ANDARAÍ (RJ)
Data: 03/04/1921
Campeonato Carioca
Local: Andaraí
Árbitro: Edgard Oliveira
Gols: Antenor;....
ANDARAÍ: Otto, Americano e Franklin; Nicolino, Bráulio e Waldemar; João, Francisco, Gilabert, Urias e Telê.
BANGU: Mattos, Tatá e Leitão; Waldemiro, Joppert e Coquinho; Agenor, Pastor, Claudionor, Nonô e Antenor.
BERLIM 1936
A criação da Copa do Mundo, em 1930, fez com que o COI tivesse dificuldade em definir que atletas poderiam disputar um torneio olímpico, supostamente amador. Como os norte-americanos nunca tiveram no futebol um de seus passatempos esportivos prediletos, não houve torneio dessa modalidade nos Jogos de Los Angeles em 1932. Assim, o futebol olímpico só voltou em 1936, nas Olimpíadas de Berlim.
À exceção da Oceania, todos os demais continentes estiveram representados na Alemanha. Com o profissionalismo crescente em diversos países, o torneio olímpico de futebol começou a mudar de feições, com um aumento significativo de seleções B ou juniores. Mesmo assim, a Itália conseguiu mascarar o profissionalismo de alguns de jogadores e enviou uma seleção forte, que só teria adversários se Argentina e Uruguai mandassem representantes. Como os platinos desistiram do evento (foram substituídos pelo Peru), a azzurra não teve concorrentes do mesmo nível.
O número de participantes (16), ajudou a montar uma tabela simples, com jogos eliminatórios e sem fases preliminares. As oitavas-de-final viram algumas surpresas, como a vitória do Japão sobre a Suécia e as vitórias inesperadamente apertadas de Itália (1x0) e Grã-Bretanha (2x0) diante de Estados Unidos e China. De resto, foram normais as vitórias de Alemanha, Noruega, Polônia, Peru e Áustria sobre Luxemburgo, Turquia, Hungria, Finlândia e Egito.
Mais conturbadas foram as quartas-de-final. Em casa, a seleção alemã não atendeu às expectativas de Hitler e perdeu sem sequer chegar perto de uma medalha (0x2 contra a Noruega). Porém, a grande confusão ficou para Áustria x Peru. Os austríacos, que estavam entre as principais forças do futebol mundial na época, fizeram 2x0. No entanto, permitiram o empate peruano. Na prorrogação, um tumulto envolvendo torcedores sul-americanos paralisou a partida. No reinício, os peruanos foram melhores e marcaram mais dois gols. A Áustria não aceitou o resultado e pediu que a Fifa mandasse as duas equipes jogarem novamente. A solicitação foi acatada. Revoltados os peruanos voltaram para Lima.
Sorte da Áustria, que venceu a Polônia nas semifinais e garantiu um lugar na decisão (e uma medalha). A outra vaga ficou com a Itália, que venceu a Noruega por 2x1, placar que repetiria – após prorrogação – na final contra os austríacos.
ITÁLIA 2 X 1 ÁUSTRIA
Data: ......
Final Olímpica
Local: Estádio Olímpico / Berlim
Público: 90 mil
Árbitro: Peter Bauwens (Alemanha)
Gols: Frossi 25, Kainberger 35/2º e Frossi 02/1º da prorrogação
ITÁLIA: Venturini; Foni e Rava; Baldo, Piccini e Locatelli; Frossi, Mancini, Bertoni, Biagi e Gabriotti
ÁUSTRIA: Kainberger; Künz e Kargl; Krenn, Wahlmüller e Hofmeister; Werginz, Laudon, Steinmetz, Kainberger e Fuchsberger
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