Principais artilheiros do campeonato:
Waldo (FLU)...........22 gols
Índio (FLA)...........17 gols
Didi (BOT)............16 gols
Hilton (BAN)..........15 gols
Quarentinha (BON).....15 gols
Valter Marciano(VAS)..14 gols
O Jogo
VASCO DA GAMA(RJ) 3 X 1 AMÉRICA(RJ)
Data: 02/09/1956
Campeonato Carioca de 1956
Local: Estádio do Maracanã
Juiz: Alberto da Gama Malcher
Gols: Sabará, Valter Marciano, Vavá, Leônidas
VASCO DA GAMA: Carlos Alberto, Paulinho, Bellini, Orlando , Coronel, Laerte, Sabará, Livinho, Vavá, Valter Marciano, Pinga / Treinador: Gradim
AMÉRICA: Pompéia, Rubens, Édson, Helio, Ivan, Agnelo, Canário, Romeiro, Leônidas, Alarcon, Alvinho / Treinador: Martim Francisco
O Craque: Pompéia
Goleiro Pompéia posando para foto no time do América em 1960
Nos meus tempos de garoto, jogando as minhas peladas nos campinhos próximos de casa, na hora de definir os times, três ou quatro garotos, faziam questão de serem escolhidos para serem os goleiros. Naquela época, um dos nomes mais falado nas rádios e nos jornais era o famoso goleiro Pompéia, com suas defesas acrobáticas e milagrosas que faziam o delírio de todas as torcidas.
“Eu tinha doze anos quando comecei a dar saltos. Apareceu lá em Itajubá um circo e um dia eu ia passando quando vi uma garota treinando. Ela me perguntou se eu seria capaz de dar saltos de trampolim. Respondi-lhe que sim. Rapidamente, corri ao encontro do trampolim e dei um salto. Quando vi o dono do circo, pensei que ele me fosse me repreender e corri. Na porta, o gerente apanhou-me pelo braço. Tremendo de medo, fui levado à presença do dono. Ele me perguntou se eu tinha vocação para a coisa e pediu-me para dar outro salto. Dei e ele me convidou para trabalhar. Inicialmente, treinei durante três meses. Nessa época, fazia apenas piruetas no chão. Mas, achava muito bonitas as vestes dos volantes e fui tentar também ser volante. Nos treinos iniciais, caí muito sobre a rede. Certo dia, quando treinava na barra, desloquei o braço direito. Aí, depois de dois meses e meio de atuação, abandonei o circo”.- Comentou o goleiro em entrevista a um jornal local."
José Valentino da Silva, o Pompéia, nasceu em Itajubá (MG) no dia 27 de Setembro de 1934 e faleceu no Rio de Janeiro em 18 de Maio de 1996. Nos seus tempos de criança, gostava de desenhar a figura do marinheio Popeyee e como seus colegas não sabiam dizer o nome certo do marinheiro, chamavam José Valentino de Pompéia.
No início de carreira jogava como centroavante em sua cidade natal. Certo dia seu time iria jogar em uma cidade próxima e o goleiro adoeceu. Seu treinador pediu que ele fosse para o gol e deu certo. Agarrou tudo e nunca mais quis jogar na linha. Mais tarde veio para o Bonsucesso, fez tanto sucesso que um ano depois o América o contratava.
A estréia com a camisa americana aconteceu, em Lima, na final do Quadrangular, contra o Santos. O América venceu por 2 a 1 e conquistou o título. Nesse jogo, Pompéia defendeu um pênalti batido pelo ponta esquerda Pepe.
Pompéia participou de grandes momentos com a camisa do América. Em 54, como reserva de Osni, foi vice-campeão carioca; no ano seguinte, suas atuações foram importantíssimas para o América chegar a decisão do título contra o Flamengo. Durante várias temporadas revezou com Ari na meta rubra. Em 1960, integrou o time campeão carioca daquele ano, não participando do jogo final.
O goleiro rubro esteve na seleção brasileira e participou de um jogo-treino diante do Bonsucesso, em São Januário, quando o selecionado brasileiro venceu por 3 a 0. Em 1957, Pompéia substituiu Castilho nas partidas frente aos paulistas que conquistaram o tricampeonato após a vitória de 2 a 0, no Pacaembu. A seleção do Distrito Federal, sob a direção técnica de Sílvio Pirilo, jogou com: Pompéia (América); Paulinho (Vasco) e Belini(Vasco); Zózimo(Bangu), Benedito(São Cristóvão) e Altair(Fluminense); Joel(Flamengo), Índio(Flamengo), Valdo(Fluminense), Déquinha(Flamengo) e Pinga(Vasco).
Pompéia defendeu o gol americano por 11 anos, interrompidos pelos oito meses em que jogou, por empréstimo, no Botafogo, de Ribeirão Preto.
Pompéia deixou o América em 1965 e viajou para a Venezuela, onde jogou pelo Deportivo Itália, Valência e por último atuou no Deportivo Português.
A famosa equipe do Real Madrid, com seus astros, visita à Venezuela, em 1969. Um dos adversários dos espanhóis é o Deportivo Português. O jogo começa e Pompéia fecha o gol com uma série de grandes defesas. Faltavam poucos minutos para terminar a partida e o Real ataca pela direita. O chute é forte e rasteiro. Pompéia defende a bola parcialmente e cai para impedir a finalização do jogador vinha na corrida. Dá o bote, mas o atacante chuta com toda violência. A bola bate violentamente no seu olho esquerdo. O goleiro só acorda no hospital depois de ser operado. Pompéia perdera a visão da vista esquerda e naquele momento encerrava a sua carreira. Segundo o brilhante jornalista e querido amigo Aristélio de Andrade, quem disputou o lance com Pompéia e chutou a bola contra a sua vista foi Di Stéfano, famosíssimo jogador argentino, naturalizado espanhol. Em conversa com Aristélio, o ex-goleiro do América afirmou que não houve a intenção de atingi-lo.
Amaro, seu ex-companheiro de América, ainda, levou Pompéia para treinar os goleiros juvenis do Bonsucesso. Sem conseguir superar a tristeza por seu trágico fim de carreira, o nosso “Constelation”, o chamava o locutor esportivo Waldir Amaral, não decolou mais e se deixou derrotar pelo mal da bebida.Jogou também no Futebol Clube do Porto de Portugal e no Galicia da Venezuela. Pelas suas defesas acrobáticas e seus saltos espetaculares foi apelidado de “ponte aérea”.
Campeão carioca em 1960 pelo América e campeão venezuelano pelo Deportivo Português.
Fontes: Blog soccerlogos(parcial) de texto retirado do livro:“HEI DE TORCER ATÉ MORRER”, de José Rezende.
Portal Campeonato Carioca: http://www.campeonatocarioca.kit.net/primeira_divisao/temporadas_anteriores/1956.htm
2 comentários:
Quanto ao jogo América e Vasco de 02/09/1956, tente como treinador, Martim Francisco
Valeu pela observação quanto ao treinador do América.
Abraços
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